Ter, 14 de Junho de 2011 01:42
Joel Gonçalves
Em 1978 os primeiros casos detectados de uma doença ainda desconhecida e que acarretava problemas raros de saúde entre os homossexuais, o que levou a rotularem como o câncer gay.
Não demorou muito para que crianças também fossem vitimadas e mortas em decorrência dessa doença, surgem às dúvidas sobre a forma de transmissão. Em meados de junho de 1981 o Centro de Controle de Doenças de Atlanta nos EUA expõe as primeiras mortes.
A detecção de sarcoma de kapose em 26 homossexuais ligados a dez casos de pneumonia alertam as autoridades de saúde americana para o surgimento de uma nova doença. Apenas em 1982 ela passa a receber o nome de AIDS – sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em dezembro deste mesmo ano morre o primeiro bebê em decorrência de infecções relacionado à AIDS, depois de uma transfusão de sangue.
A doença que já foi chamada de “Doença dos 5 H” em razão de casos registrados em homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e prostitutas (hookers, em inglês) passa a ser denominada AIDS.No Brasil o primeiro caso é detectado em São Paulo por volta de 1982.
Em 1984 a equipe do virologista francês Luc Montagnier isola e caracteriza um retrovírus (vírus mutante que se transforma de acordo com o meio) como sendo o causador da doença. Mas, só em 1987 o coquetel de medicamentos AZT é a primeira droga a reduzir a multiplicação do vírus no organismo humano. Nos dez primeiros anos cerca de 10 milhões de infectados em todo o mundo.
No fim dos anos 80 e inicio dos anos 90 famosos tornam-se vítimas fatais da doença, como o Galã do cinema Rock Hudson (1925-1985) que assumiu ser gay. Em 1990 o rockeiro brasileiro Cazuza morre também vitima da doença e em 1991 morre Freddie Mercury líder do grupo Queen considerado uma das melhores vozes do rock de todos os tempos.
Os anos 90 marcaram a proliferação da doença que vitimou no Brasil entre outras pessoas o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que contraiu a doença por meio de uma transfusão de sangue. E mesmo nunca tendo assumido Renato Russo entrou para a triste lista de famosos que morreram em decorrência de complicações ligadas à AIDS.
É também nos anos 90 que o Brasil começa a desenvolver seu programa de assistência e distribuição de medicamentos aos portadores dessa doença. No caso dos medicamentos a medida só veio após decisão judicial e que mais tarde seria transformado num modelo mundial de controle e atendimento dos pacientes, isso em grande parte pelo apelo político que tal programa ganhou.
Em trinta anos pelo menos 17 milhões de mortes atribuídas a doença. Grande parte das mortes ocorreu na África, onde havia e ainda há resistência por parte dos governos em planejarem e combaterem a proliferação dessa síndrome seja por meios de medicamentos de distribuição gratuita ou por meio de distribuição de preservativos.
Trinta anos e cerca de 34 milhões de infectados e crescendo, num ritmo mais lento e que mesmo assim preocupa. Felizmente a medicina evoluiu muito nesse tempo e hoje já se testam vacinas contra AIDS, sejam elas com o intuito de evitar a transmissão ou tornar o organismo imune a tal síndrome. Um único caso de cura até o momento foi comprovado o do alemão Timothy Ray Brown diagnosticado em 2007 com leucemia mieloide aguda. Apesar de considerada uma doença crônica a AIDS dispõe de tratamentos, já esse tipo de leucemia pode levar a óbito em pouco tempo. Aos 42 anos ficou aos cuidados do hospital Charité, em Berlim, Alemanha.
O tratamento agressivo e comum aos casos de câncer como: quimioterapia, que destruiu a maior parte de suas células imunes aliado a uma inovação: transplante de células-tronco, em que um terço dos pacientes não sobrevivem, curou Brown completamente do HIV e do Câncer. Tal feito abre caminho para novas linhas de pesquisas que permitam o uso de células-tronco em tratamento/cura de câncer.
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