Uso inapropriado do botox provoca efeitos danosos à aparência
A notícia, falsa ou não, chocou o mundo pelo caráter absurdo das ações divulgadas: “a aplicação caseira” de toxina botulínica numa criança. “De acordo com as indicações médicas, a toxina botulínica é aprovada para ser usada terapeuticamente em crianças a partir dos 12 anos, que apresentem contração anormal dos olhos/pálpebras ou em casos de estrabismo. Também pode ajudar pacientes, a partir dos 16 anos, que apresentem contração involuntária dos músculos do pescoço, e pessoas de 18 anos em diante a combater a transpiração excessiva. A polêmica é derivada do uso off-label da toxina botulínica em crianças e adolescentes”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
O uso off-label da toxina botulínica pode provocar a paralisia dos nervos faciais, o enfraquecimento da capacidade de mastigação, a formação de um sorriso assimétrico e ainda o comprometimento da fala. “Efeitos absolutamente contrários à intenção de quem usa o produto indiscriminadamente”, diz Ruben Penteado.
“É um equívoco pensar que rugas podem ser evitadas com a aplicação antecipada da toxina botulínica. No Reino Unido, a classe médica divulgou um manifesto, o Teen toxing, lembrando que a toxina botulínica não impede o envelhecimento natural”, conta o médico.
Segundo Ruben Penteado, não é recomendada a aplicação do medicamento antes dos 25 anos. “Não existe contraindicação, mas não há necessidade. Crianças e adolescentes não têm rugas, têm expressões faciais, e uma coisa é bem diferente da outra. Em alguns casos raros, é possível aplicar a toxina botulínica como forma de prevenir marcas futuras, analisando fatores genéticos, como pés de galinha muito evidentes e precoces em pais ou outros membros da família, mas é preciso muito critério por parte do profissional de saúde”, diz Ruben Penteado.
Por Lais
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