Muitas mulheres recorrem a dietas e medicamentos milagrosos sem perceber que esta atitude pode não contribuir para o emagrecimento, além de causar um desequilíbrio em todas as funções do organismo.
A restrição calórica e o uso indevido e banalizado de medicamentos desequilibram nutricionalmente o organismo, que fica mais suscetível ao aparecimento de doenças e nem sempre contribui para o emagrecimento. O que poucas pessoas sabem é que uma providência importante para o emagrecimento efetivo é o cuidado com a função intestinal.
O intestino tem o papel definitivo para nossa saúde, pois é o centro da regulação do organismo. O órgão responde por 80% da imunidade do organismo, portanto, se o intestino não funciona corretamente, nosso sistema de defesa fica mais frágil, e passamos a ficar mais suscetíveis a doenças. Este órgão também é capaz de sintetizar aproximadamente 90% da serotonina - hormônio do bem-estar.
Uma dieta rica em alimentos industrializados e com baixo consumo de fibras produz diversas toxinas que desequilibram a microflora do intestino, aumentando a permeabilidade intestinal. Na parede intestinal há bactérias ''boas'' e ''ruins''. Quando existe uma alimentação inadequada, alimentamos as bactérias ''ruins'', fazendo com que a parede intestinal não tenha mais proteção e passe toxinas e radicais livres para a corrente sanguínea. Isto é chamado de hipermeabilidade intestinal, ou seja, o intestino está sem proteção. Este aumento da permeabilidade do intestino também colabora para o acúmulo de toxinas nas células adiposas, e pode dificultar a eliminação de peso.
Alguns medicamentos também influenciam no funcionamento intestinal. Remédios com hipotensores, diuréticos, vitaminas em excesso, alguns analgésicos, antiácidos, antidepressivos e suplementos de sais de cálcio, quando usados sem recomendação e acompanhamento médico, podem ser prejudiciais. O uso crônico de laxantes, por exemplo, pode lesar a parede intestinal. O uso abusivo e prolongado dos laxantes cria uma inércia intestinal e o órgão passa a funcionar somente com a ingestão de doses cada vez mais elevadas. Além disso, o uso contínuo desse medicamento pode levar à desidratação e ao desequilíbrio de sais minerais, entre outras consequências.
Juliana Trevilini Garcia, nutricionista (Curitiba)
http://www.bonde.com.br
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