Ano Novo é assim mesmo. Muita vontade de renovar e de fazer tudo o que não conseguiu fazer no ano que passou.
Luiz Fernando Vieira
Da Redação
É clichê, tudo bem! Mas nesta época não dá para não falar de assuntos que são recorrentes e que dizem respeito à grande maioria das pessoas: as promessas e o planejamento para o novo período que está chegando. O fim de ano é aquele momento em que damos uma parada para refletir e vemos que, raras exceções, não conseguimos cumprir as promessas que foram feitas lá no finalzinho de 2007. Se brincar, nenhuma delas. Calma, de acordo com os especialistas isso é a coisa mais comum. A boa notícia é que o fato de fazer essa avaliação já é algo bastante positivo. Não haverá mudança se não houver consciência de que ela precisa ser implementada.
O fato de não cumprir promessas é, na verdade, algo bastante comum e não só no Brasil. Pesquisas que vêm sendo feitas há alguns anos mostram que boa parte delas não passa da primeira semana. E as promessas são as mais variadas possíveis e vão desde as que mexem com a saúde como parar de fumar e de beber ou comer menos até as mais altruístas como fazer trabalhos voluntários ou ajudar os amigos. Tem ainda quem prometa se cercar de formas de garantir que as promessas serão levadas à frente, como Mary Eliza, de 30 anos, que todo ano promete que vai utilizar uma agenda, mas não consegue. Conta que chegou a comprar duas no ano passado, mas elas têm anotações apenas nos primeiros dias de 2008, confessa.
Os estudos mostram que por volta de um terço das pessoas que decidem fazer dietas ou exercícios abandonam a idéia até o oitavo dia do ano novo. Pior, uma em cada sete desiste em apenas algumas horas, praticamente a mesma proporção o faz em apenas um dia. Já em relação àquelas que mantém-se firmes nos seus propósitos até o final do ano a relação é de uma a cada cinco pessoas. No que diz respeito às características masculinas e femininas, há uma diferença. Elas fazem mais compromissos, mas são eles que têm mais chances de levar à frente. Ou seja, não se sinta tão culpado(a) se as coisas não aconteceram como esperado.
A auxiliar administrativa Márcia Previate, de 32 anos, se encaixa no perfil da maioria, mas a diferença é que não se martiriza. Ela conta que, em seu caso, as promessas geralmente são feitas no calor da comemoração. A empolgação, a expectativa, o entusiasmo, as simpatias criam o clima, conta. Mas passado tudo isso, ou esquece ou passa a não dar tanta importância às promessas e planos feitos para o novo ano. Não passa do início do ano, calcula. "No dia-a-dia a gente nem lembra mais do que prometeu. Eu nem lembro o que prometi da vez passada", revela. Ela acredita que acaba não levando à frente justamente porque não é tão rígida consigo. "Se eu me cobrasse mais, talvez. Não sou muito exigente comigo", diz Márcia. O que a faria levar mais à sério, salienta, seriam as promessas feitas aos santos. "Promesa para santo a gente leva a sério. Por isso que não faço", brinca.
Tempo - Especialista em gerenciamento do tempo e produtividade, além de articulista em vários jornais (inclusive A Gazeta), Christian Barbosa lança uma pergunta para as pessoas que não têm conseguido cumprir as promessas: "você já parou para pensar que a maioria delas está ligada ao melhor aproveitamento do tempo para conquistas pessoais?" De acordo com ele, no geral, as pessoas desejam ter mais tempo para cuidar de si mesmas e ficar mais com aquelas pessoas que são importantes para a sua vida. Isso além do grande desejo por prosperidade. Ter planos para 2009 é algo muito positivo, diz ele, pois indica que a pessoa tem metas que quer cumprir e sabe o que precisa para sua vida ser melhor. O que falta, então, é planejar e executar.
O consultor dá uma definição simples para planejar. "É descobrir um modo de tornar viável todos os seus sonhos, é colocar no papel tudo aquilo que desejamos conquistar, quando chegaremos lá e de que maneira". Na verdade, frisa ele, não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, não é preciso ter medo da palavra planejamento. Sugere, sim, que cada um experimente uma nova forma de gestão, adequada à própria maneira de agir e de se organizar. Barbosa inclusive dá uma força para quem está realmente a fim de tentar, com sugestões simples.
Primeiramente, sugere que a pessoas pense nas suas relações pessoais, ou seja, com a família, com os amigos, namorado(a), cônjuge e colegas de trabalho. Pense no trabalho, no bem-estar, na saúde e defina o que falta, quais são os maiores desejos em cada um desses aspectos.
Dessa forma, estabelecerá as reais metas para 2009. Depois, é preciso registrar os planos. A melhor forma de definir suas metas é escrevê-las em algum local que seja mais adequado, salienta. "Faça em forma de tópicos e depois analise se realmente deseja aquilo e, também, se é viável. Assim, você visualizará melhor seus planos e poderá decidir com maior clareza como fará para realizá-los", orienta.
Depois, é necessário olhar cada uma das suas promessas e pensar quais serão os resultados obtidos com a realização delas. Por exemplo, se a pessoa pensa em conseguir uma promoção no trabalho e deseja trabalhar mais para conquistá-la, por exemplo, deve refletir sobre os prós e os contras dessa decisão. "Talvez ela comprometa outras áreas da sua vida, como a familiar e a de saúde, mesmo trazendo mais prosperidade", sugere.
Segundo ele, o próximo passo é analisar cada uma das promessas e pensar em como fazer para torná-las reais. Mas um item é importantíssimo, fazer. "Após todas as festividades, pegue sua lista de metas e comece a colocá-las em prática. Pense o que você pode fazer hoje. Se um dos seus sonhos é conquistar um emprego, vá atrás, não espere passar o Carnaval para fazer isso. As pessoas que possuem o hábito da procrastinação, isto é, o famoso "empurrar com a barriga", não obtêm muitos resultados em suas vidas e deixam muitas coisas passarem em branco, perdendo várias oportunidades". Ou seja, ""comece hoje o que você estava deixando para amanhã", avisa.
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