Eduardo Martins em 7.06.2009 as 16:41
Enrico Garaci, presidente do Instituto Italiano de Saúde e Andrea Savarino, retrovirologista do Instituto, trabalharam com um time de pesquisadores para estudar a capacidade de latência do vírus HIV, considerada como o maior obstáculo para a erradicação do vírus HIV em humanos. As células que hospedam o silencioso vírus HIV são responsáveis pela persistência do vírus no organismo humano.
Em outras palavras, a capacidade de latência do vírus é a capacidade dos genes do HIV-1 se tornam parte do organismo humano, fazendo com que cientistas acreditassem que não houvesse como combater a doença. O time liderado por Savarino pretendia destruir as células afetadas com o vírus latente, que se tornam alvos para o sistema imunológico do corpo ou por remédios. De acordo com o estudo, isso poderia ser feito usando inibidores de histona deacetilase (HDAC), enzimas que mantêm o HIV latente. Entretanto, os resultados só foram observados quando os inibidores foram utilizados em quantidades tóxicas.
Para contornar o problema, os pesquisadores testaram uma técnica apelidada de “surpreender e matar”. Uma coleção de inibidores de HDAC, alguns tendo como alvo apenas as HDACs de tipo I, responsáveis diretas pela latência do HIV. Em quantidades não-tóxicas, os inibidores de HDACs de tipo I induziram um despertar das células infectadas com o vírus latente. A equipe time de pesquisadores depois adicionou butionina sulfoximina (BSO), que induz as células à oxidação. Os resultados mostraram que o BSO “levou” as células que não reagiram com o HDAC para uma população de células saudáveis, além de causar a morte das células infectadas que foram despertadas pelo HDAC. As células saudáveis permaneceram intactas após a combinação de remédios.
“Eu realmente espero que este estudo possa abrir novos caminhos para o desenvolvimento de armas capazes de eliminar as células infectadas pelo HIV”, afirma Andrea Savarino. “Essas armas, combinadas com a terapia antiretroviral, poderiam permitir que as pessoas que vivem com HIV/Aids pudessem se livrar do vírus e voltar a ter uma via normal”, diz. A pesquisadora também aponta o fato de que as substâncias usadas no experimento são compostos moleculares aprovados em experimentos clínicos quanto à segurança no uso em humanos. Apesar disso, Savarino chama a atenção ao fato de que alguns cientistas são céticos quanto à técnica, e outros acreditam que a cura para o HIV/Aids nunca será encontrada. “Experimentos com animais poderão nos ajudar a encontrar uma luz para resolver este problema tão complexo”, afirma. [Science Daily]
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