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Por Natasha Romanzoti em 22.11.2010 as 21:49
Quando se trata de “aguentar beber”, algumas mulheres são capazes de beber tanto quanto os homens. Porém, não há igualdade quando se trata de qual saúde sofre mais por isso. Segundo uma nova pesquisa, o consumo excessivo de álcool leva a maiores estragos no corpo feminino, com um maior risco de danos no cérebro, fígado e coração, entre outras condições.
A pesquisa apresentou um salto de 30% em mulheres que bebem demais entre 1979 e 2006 (isto é, que tomam pelo menos quatro bebidas alcoólicas em rápida sucessão).
Os especialistas estão cada vez mais preocupados com o aumento da “bebedeira” entre mulheres mais jovens. Um estudo que reúne dados de mais de 500.000 pessoas indica que mulheres com idade entre 21 e 23 anos são o único grupo cuja bebedeira aumentou.
Isso é preocupante. As diferenças físicas entre homens e mulheres desempenham um papel importante na maneira como o corpo metaboliza o álcool. As mulheres têm mais gordura e menos água em seus sistemas, bem como níveis mais baixos de uma enzima importante na decomposição do álcool. Isso significa que elas experimentam os efeitos da bebida mais rapidamente e durante mais tempo que os homens.
Segundo os pesquisadores, como as mulheres são menores do que os homens, a mesma quantidade de álcool fica mais concentrada no corpo de uma mulher no que no corpo de um homem. Isso significa que quando um homem e uma mulher bebem a mesma quantidade de álcool, em geral, os órgãos internos da mulher ficam mais expostos do que os do homem.
As consequências de beber incluem diversos danos as mulheres. Por exemplo, lesões no fígado. As mulheres desenvolvem doença hepática induzida por álcool, incluindo hepatite e cirrose, durante um curto período de tempo e depois de menos consumo de álcool do que os homens. O hormônio feminino estrogênio pode aumentar os riscos.
Outras lesões são as cerebrais. Exames de ressonância magnética mostraram que certas regiões do cérebro são menores em mulheres alcoólatras do que em outras mulheres e homens que são alcoólatras, mesmo após as medidas serem ajustadas ao tamanho da cabeça.
A doença cardíaca também é uma ameaça. Muitos estudos têm mostrado que uma ou duas bebidas por dia é saudável para o coração. No entanto, outras pesquisas mostram taxas similares de danos graves ao músculo do coração entre mulheres e homens que são alcoólicos, apesar do fato das mulheres alcoólatras consumirem 60% menos álcool durante a vida, em média.
O risco de desenvolver câncer de mama também sobe drasticamente para as alcoólatras. Uma grande análise mostrou que o risco de desenvolver a doença salta 9% para cada aumento de 10 gramas de consumo diário de álcool por dia, até 60 gramas.
Além disso, o risco de acidentes e casos violentos é muito maior. Não apenas as mulheres se colocam em maior risco de serem abordadas, sexualmente ou não, como tem havido um aumento na última década na proporção de motoristas mulheres envolvidas em acidentes de carro fatais. Os hábitos de consumo não saudáveis colocam as mulheres em maior risco para uma variedade de consequências adversas à saúde e socialmente, incluindo a infecção pelo vírus da Aids.
Mesmo condições menos sérias, tais como sinusite ou infecções da bexiga, podem ser provocadas pelo abuso de álcool. Algumas ex-alcoólatras relataram infecções crônicas no seio, desidratação, síndrome do intestino irritável, etc.
O alcoolismo pode ser muito “sutil”. Muitas vezes as pessoas não conseguem perceber quando “cruzam a linha” para a doença. Aliás, segundo pesquisadores e especialistas, muitas pessoas não sabem sequer que é uma doença.
Os cientistas encorajam os profissionais de saúde a fazer exames em mulheres de todas as idades para selecionar as com problemas de bebida, já que os sintomas são tão facilmente negligenciados. Por exemplo, em mulheres mais velhas, o álcool pode ser um “culpado oculto” que contribui para a depressão, quedas frequentes, ou insuficiência cardíaca. Nem os profissionais de saúde, nem os pacientes devem simplesmente assumir que o álcool não pode ser um problema; pois não só pode, como é. [LiveScience]
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