O autocuidado é a chave para prevenir o diabetes tipo 2 e para melhorar a qualidade de vida de quem já tem o problema
Com incidência crescente, o diabetes já adquire características de pandemia. A Organização Mundial da Saúde prevê que o número de casos duplique até 2025. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença afeta cerca de 12% da população entre 30 e 69 anos. Desse total, metade ignora que tem diabetes e apenas uma minoria está com o problema bem controlado. Por quê? Principalmente porque faltam o conhecimento e a motivação para se cuidar melhor.
O autocuidado é a chave para prevenir o diabetes tipo 2, que responde por 90% dos casos e atinge principalmente adultos. Seu desenvolvimento está associado ao ganho de gordura abdominal, e a gordura afeta a ação da insulina, tornando-a menos eficiente na função de transportar a glicose do sangue para dentro das células. Para compensar essa redução de eficiência, o pâncreas produz mais insulina e acaba sobrecarregando suas células, que morrem precocemente. Após 10 anos, em média, o organismo perderá perto de 50% dessas células e com elas a capacidade de processar a glicose, elevando sua concentração no sangue até caracterizar o diabetes.
Estudos como o do Diabetes Prevention Program (EUA) mostram que os pacientes com alto risco para desenvolver diabetes que são treinados para cuidar da alimentação e praticar atividade física reduzem em 58% o risco de desenvolver a doença. Uma vez diagnosticado o diabetes, o desafio é lidar com as complexas mudanças ocasionadas por ele. Os pacientes saem do consultório dispostos a cumprir as recomendações sobre dieta, atividade física, dosagem de glicose na ponta do dedo e uso de medicação. Mas, sozinhos, uma minoria consegue manter tais mudanças. No caso do diabetes, as chances de sucesso aumentam significativamente com a orientação de um educador. Esse profissional, atuando de maneira integrada com uma equipe multidisciplinar, vai motivar e treinar a pessoa para adotar novos comportamentos, identificando eventuais dificuldades e estabelecendo estratégias de cuidado personalizadas. A dieta, por exemplo, terá restrições de carboidratos, mas o nutricionista levará em conta hábitos e preferências do paciente, buscando alternativas saudáveis e prazerosas. A mesma regra vale para o educador físico, que planejará as atividades considerando as condições físicas e de saúde e as aptidões do indivíduo. O paciente também será treinado em procedimentos como controle de glicose e aplicação correta da insulina, incluindo a técnica, as doses certas e a higienização. Já o psicólogo ajudará a lidar com o impacto do diagnóstico e a aceitar a condição de diabético, para que a pessoa não se considere um doente, e sim alguém que precisa ficar mais atento consigo mesmo e assumir a responsabilidade de ter uma vida mais saudável.
O diabetes não é curável, mas a educação e o autocuidado fazem a diferença, reduzindo complicações e melhorando a qualidade de vida. Para quem está ganhando gordura abdominal ou está na fase pré-diabetes, que se caracteriza por níveis de glicose maiores que o normal, mas não tão altos para serem considerados diabetes, esses cuidados consigo mesmo podem virar o jogo.
(Artigo publicado na Página Einstein da revista VEJA de 17/11/2010 - edição 2191, ano 43, nº 46, pág. 43)
Com incidência crescente, o diabetes já adquire características de pandemia. A Organização Mundial da Saúde prevê que o número de casos duplique até 2025. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença afeta cerca de 12% da população entre 30 e 69 anos. Desse total, metade ignora que tem diabetes e apenas uma minoria está com o problema bem controlado. Por quê? Principalmente porque faltam o conhecimento e a motivação para se cuidar melhor.
O autocuidado é a chave para prevenir o diabetes tipo 2, que responde por 90% dos casos e atinge principalmente adultos. Seu desenvolvimento está associado ao ganho de gordura abdominal, e a gordura afeta a ação da insulina, tornando-a menos eficiente na função de transportar a glicose do sangue para dentro das células. Para compensar essa redução de eficiência, o pâncreas produz mais insulina e acaba sobrecarregando suas células, que morrem precocemente. Após 10 anos, em média, o organismo perderá perto de 50% dessas células e com elas a capacidade de processar a glicose, elevando sua concentração no sangue até caracterizar o diabetes.
Estudos como o do Diabetes Prevention Program (EUA) mostram que os pacientes com alto risco para desenvolver diabetes que são treinados para cuidar da alimentação e praticar atividade física reduzem em 58% o risco de desenvolver a doença. Uma vez diagnosticado o diabetes, o desafio é lidar com as complexas mudanças ocasionadas por ele. Os pacientes saem do consultório dispostos a cumprir as recomendações sobre dieta, atividade física, dosagem de glicose na ponta do dedo e uso de medicação. Mas, sozinhos, uma minoria consegue manter tais mudanças. No caso do diabetes, as chances de sucesso aumentam significativamente com a orientação de um educador. Esse profissional, atuando de maneira integrada com uma equipe multidisciplinar, vai motivar e treinar a pessoa para adotar novos comportamentos, identificando eventuais dificuldades e estabelecendo estratégias de cuidado personalizadas. A dieta, por exemplo, terá restrições de carboidratos, mas o nutricionista levará em conta hábitos e preferências do paciente, buscando alternativas saudáveis e prazerosas. A mesma regra vale para o educador físico, que planejará as atividades considerando as condições físicas e de saúde e as aptidões do indivíduo. O paciente também será treinado em procedimentos como controle de glicose e aplicação correta da insulina, incluindo a técnica, as doses certas e a higienização. Já o psicólogo ajudará a lidar com o impacto do diagnóstico e a aceitar a condição de diabético, para que a pessoa não se considere um doente, e sim alguém que precisa ficar mais atento consigo mesmo e assumir a responsabilidade de ter uma vida mais saudável.
O diabetes não é curável, mas a educação e o autocuidado fazem a diferença, reduzindo complicações e melhorando a qualidade de vida. Para quem está ganhando gordura abdominal ou está na fase pré-diabetes, que se caracteriza por níveis de glicose maiores que o normal, mas não tão altos para serem considerados diabetes, esses cuidados consigo mesmo podem virar o jogo.
(Artigo publicado na Página Einstein da revista VEJA de 17/11/2010 - edição 2191, ano 43, nº 46, pág. 43)
Nenhum comentário:
Postar um comentário