quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rara doença cerebral faz com que mulher não tema nada

Qui, 16 Dez, 07h42

Cientistas americanos detectaram em uma mulher uma rara doença cerebral que faz com que não tema nada --nem uma serpente que se aproxima de seus filhos nem uma faca em seu pescoço.


A mulher não experimenta a sensação de medo porque tem destruída a parte de seu cérebro em que os cientistas acreditam que esse sentimento seja gerado.

Nas últimas duas décadas, os cientistas acompanharam a mulher, identificada como SM, em busca de dados sobre sua condição que podem fornecer pistas para o tratamento do estresse pós-traumático, particularmente em soldados que retornam da guerra.

"É bastante surpreendente que ainda esteja viva", disse Justin Feinstein, cujo estudo é publicado no jornal Current Biology.

"A natureza do medo é a sobrevivência e a amídala cerebral nos ajuda a evitar as situações, as pessoas ou os objetos que colocam nossa vida em perigo", assegurou.

"Ao perder sua amídala, SM perdeu também a sua capacidade de detectar e evitar o perigo".

Em lugar de medo, SM, cuja rara condição é conhecida como doença de Urbach-Wiethe, mostra um incontível sentimento de curiosidade".

Para estudar suas reações, os pesquisadores a levaram a uma loja de animais exóticos cheia de aranhas e cobras, animais dos que havia dito repetidamente que "odeia" e tenta evitar.

"Assim que entrou no local, SM se dirigiu ao serpentário e ficou fascinada com a grande coleção de cobras", indicou o estudo.

Consultada sobre se queria segurar uma cobra, SM respondeu afirmativamente e brincou com uma durante três minutos.

Os cientistas ressaltaram que a mulher "nunca foi condenada por um delito, mas que foi vítimas de vários".

Feinstein disse que espera que a experiência de SM possa ajudar a tratar pessoas com estresse pós-traumático, um problema comum entre soldados que retornaram do Iraque e do Afeganistão.

"Suas vidas estão marcadas pelo medo, muitas vezes são incapazes inclusive de sair de suas casas devido à sempre presente sensação de perigo", disse.

"Se entendermos como o cérebro processa o medo, talvez algum dia sejamos capazes de conceber tratamentos voltados para áreas selecionadas do cérebro que permitem que o medo se apodere de nossas vidas".
WASHINGTON (AFP)
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