Por Lais
Suspensão do uso da sibutramina para o tratamento da obesidade no BrasilA sibutramina é um inibidor da recaptação da serotonina e da noradrenalina, que foi inicialmente sintetizada como antidepressivo. Esse efeito é muito fraco, mas observou-se que tinha ações de reduzir o apetite e, principalmente, causar saciedade. Por isso, ela é usada há muitos anos como tratamento adjuvante da obesidade, em combinação com dieta e exercício físico. Teve aprovação da U.S. Food and Drug Administration (FDA), desde novembro de 1997, para ser usada em obesos com índice de massa corporal maior que 30 kg/m2.
Varias ações benéficas foram associadas ao uso da droga, tais como redução da resistência à insulina, melhora do metabolismo da glicose e melhora do quadro de dislipidemia. Contudo, esses efeitos são muito mais devidos à perda de peso do que de uma ação intrínseca sua. Várias investigações mostraram efeitos benéficos cardiovasculares em doentes com diabetes melito ou não.
A sibutramina exerce um efeito simpaticomimético, e várias publicações descreveram a associação de seu uso com hipertensão arterial, taquicardia, arritmias e infarto do miocárdio. Para esclarecer isso, foi realizado o estudo SCOUT (do inglês, sibutramine cardiovascular and diabetes outcome study). Foi um estudo aleatorizado, duplo-cego, controlado por placebo, que se desenvolveu de fevereiro de 2003 a março de 2009. É muito importante lembrar que esse tipo de estudo é um dos mais confiáveis para avaliar a ação de algum medicamento. Esse estudo multicêntrico, foi realizado na Europa, Austrália e América Latina incluindo, também, o Brasil. Os doentes foram separados em dois grupos: um recebeu a sibutramina 10 mg por dia e, se necessário, caso não tivesse perda de peso, aumentou-se para 15 mg; o outro grupo recebeu placebo. Após sessenta meses de acompanhamento, em média três anos e cinco meses, observou-se perda de peso muito pequena (2,5%) no grupo em uso de sibutramina em relação ao placebo. Contudo, em relação ao uso de placebo, a sibutramina ocasionou aumento de 16% do risco de eventos cardiovasculares como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral não fatais, e necessidade de reanimação após parada cardíaca e morte.
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