Uma nova pesquisa com células-tronco humanas descobriu como os antidepressivos produzem novas células no cérebro, o que deve ajudar pesquisadores a desenvolver medicamentos mais eficientes para combater a depressão.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo. Está entre as principais causas de incapacidade, e menos de 25% dos doentes têm acesso a tratamentos eficazes.
Algumas pesquisas recentes apontam que pacientes depressivos têm uma redução em um processo denominado neurogênese, o desenvolvimento de novas células cerebrais. Os cientistas acreditam que esta redução da neurogênese pode contribuir para os sintomas debilitantes da depressão psicológica, tais como baixo-astral ou memória prejudicada.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que os antidepressivos tricíclicos, tais como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) geravam novas células cerebrais, mas até agora os cientistas não sabiam exatamente como eles faziam isso.
O novo estudo descobriu que as drogas regulam o receptor de glicocorticóide (GR), uma proteína chave envolvida na resposta ao estresse. Segundo os pesquisadores, todos os tipos de antidepressivo são dependentes de GR para criar novas células.
A partir dessa descoberta, os cientistas são capazes de usar um sistema de célula-tronco para modelar doenças psiquiátricas em laboratório, testar novos compostos e desenvolver drogas antidepressivas com alvos muito mais eficazes.
Durante a pesquisa, a equipe usou células-tronco do hipocampo, a fonte de novas células no cérebro humano, para investigar os efeitos dos antidepressivos em neurônios no laboratório.
Eles trataram as células com Zoloft, conhecido genericamente como sertralina, um ISRS usado para tratar a depressão. A classe ISRS também inclui o Prozac da Eli Lilly e o Paxil, da GlaxoSmithKline. Segundo os pesquisadores, uma nova classe de antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN), que incluem o Effexor da Pfizer e o Cymbalta da Eli Lilly, também funcionam.
Pela primeira vez em um modelo clinicamente relevante, os pesquisadores foram capazes de mostrar que os antidepressivos produzem mais células-tronco e aceleraram o seu desenvolvimento nas células do cérebro adulto. Eles descobriram que uma proteína específica da célula, os receptores de glicocorticóides, é essencial para que isso ocorra. Os antidepressivos ativam a proteína, que liga os genes particulares que transformam células-tronco adultas em células cerebrais adultas.
Segundo os cientistas, pode levar algum tempo até novos tipos de antidepressivos serem desenvolvidos para a fase de testes em pacientes, mas como as empresas farmacêuticas já têm por onde começar, isso pode acontecer dentro de cinco anos. [Reuters]
Por Natasha Romanzoti em 14.04.2011 as 1:57
http://hypescience.com
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo. Está entre as principais causas de incapacidade, e menos de 25% dos doentes têm acesso a tratamentos eficazes.
Algumas pesquisas recentes apontam que pacientes depressivos têm uma redução em um processo denominado neurogênese, o desenvolvimento de novas células cerebrais. Os cientistas acreditam que esta redução da neurogênese pode contribuir para os sintomas debilitantes da depressão psicológica, tais como baixo-astral ou memória prejudicada.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que os antidepressivos tricíclicos, tais como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) geravam novas células cerebrais, mas até agora os cientistas não sabiam exatamente como eles faziam isso.
O novo estudo descobriu que as drogas regulam o receptor de glicocorticóide (GR), uma proteína chave envolvida na resposta ao estresse. Segundo os pesquisadores, todos os tipos de antidepressivo são dependentes de GR para criar novas células.
A partir dessa descoberta, os cientistas são capazes de usar um sistema de célula-tronco para modelar doenças psiquiátricas em laboratório, testar novos compostos e desenvolver drogas antidepressivas com alvos muito mais eficazes.
Durante a pesquisa, a equipe usou células-tronco do hipocampo, a fonte de novas células no cérebro humano, para investigar os efeitos dos antidepressivos em neurônios no laboratório.
Eles trataram as células com Zoloft, conhecido genericamente como sertralina, um ISRS usado para tratar a depressão. A classe ISRS também inclui o Prozac da Eli Lilly e o Paxil, da GlaxoSmithKline. Segundo os pesquisadores, uma nova classe de antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN), que incluem o Effexor da Pfizer e o Cymbalta da Eli Lilly, também funcionam.
Pela primeira vez em um modelo clinicamente relevante, os pesquisadores foram capazes de mostrar que os antidepressivos produzem mais células-tronco e aceleraram o seu desenvolvimento nas células do cérebro adulto. Eles descobriram que uma proteína específica da célula, os receptores de glicocorticóides, é essencial para que isso ocorra. Os antidepressivos ativam a proteína, que liga os genes particulares que transformam células-tronco adultas em células cerebrais adultas.
Segundo os cientistas, pode levar algum tempo até novos tipos de antidepressivos serem desenvolvidos para a fase de testes em pacientes, mas como as empresas farmacêuticas já têm por onde começar, isso pode acontecer dentro de cinco anos. [Reuters]
Por Natasha Romanzoti em 14.04.2011 as 1:57
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