sexta-feira, 22 de abril de 2011

Micróbios da flora intestinal humana são de apenas 3 famílias

Descoberta pode levar a testes simples das reações de diferentes grupos de pessoas a dietas ou medicamentos específicos



No intestino humano vivem cerca de 100 bilhões de micróbios. Eles formam a chamada flora intestinal, que tem o papel fundamental de converter comida em energia e proteger o organismo humano contra o ataque de patógenos. Um grupo de cientistas liderados por Peer Bork, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, na Alemanha, descobriu que esses micróbios são muito mais parecidos entre si do que se imaginava. Mais especificamente, podem ser classificados em apenas três grupos.

Essas três "famílias" de flora intestinal funcionam como tipos sanguíneos: cada pessoa pertence a uma e não há relação dessa família com nacionalidade, dieta ou etnia. “A comunidade científica sempre ressaltou a diferença entre as pessoas logo uma classificação simples não era esperada”, explicou Bork ao iG.

A descoberta dos três grupos, chamados de Bacteroides, Prevotella e Ruminococcus, em homenagem aos grupos de bactérias que dominam as “três famílias”, possibilita testar hipóteses simples como: qual a reação de diferentes grupos de pessoas dietas ou medicamentos específicos?

“Acredito que, em breve, seremos capazes de classificar pacientes em grupos que respondem diferentemente a uma determinada dieta ou têm um diferente mecanismo de metabolismo de drogas", disse o brasileiro Gabriel Fernandes, que participou do estudo enquanto estava na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atualmente é pesquisador da Universidade Católica de Brasília.

"Ainda não sabemos o que leva a formação desses grupos, uma vez que hábitos nutricionais, idade, Índice de massa Corpórea (IMC) não estão diretamente associados [a eles], porém alguns genes estão ligados a essas características. A identificação desses enterotipos pode ser utilizada para diagnóstico e, quem sabe, prognóstico de diversas doenças humanas, já que em nossa microbiota encontramos genes relacionados a câncer colorretal, obesidade, diabetes, dentre outras”, afirmou.

O que os cientistas não sabem, ainda, é se uma pessoa pode mudar de um grupo para o outro durante a vida. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (20) na revista Nature.
Alessandro Greco, especial para i G São Paulo | 20/04/2011 14:05
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