Por Mondarto
Levantamento feito por pesquisadores americanos e neozelandeses usando bases de dados dos Estados Unidos e do Reino Unido concluiu que mulheres que tomam anticoncepcionais de última geração têm duas vezes mais risco de ter trombose do que aquelas que tomam pílulas mais antigas, vendida desde a década de 1970.
O estudo realizado com 1,2 milhão de mulheres de 15 a 44 anos de idade, concluiu que as fórmulas com drospirenona, um derivado da progesterona, trazem mais risco do que as com levonorgestrel, outro derivado do hormônio.
De acordo com especialistas, é consenso que pílulas causam alterações na circulação sanguínea. Mas, dependendo do tipo de hormônio e da dosagem, esses efeitos podem ser maiores.
Para o cirurgião vascular Nelson Wolosker, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o interessante da pesquisa é que foram excluídas todas as pacientes que tinham algum fator de risco para trombose, como histórico familiar, obesidade e tabagismo. O que significa que mesmo mulheres saudáveis podem ter complicações, ainda que a probabilidade seja baixa, explica o médico. E afirma que diante dos resultados da pesquisa, talvez seja melhor usar a pílula antiga.
No estudo, foram registrados 30,8 casos de trombose por 100 mil mulheres que tomaram drospirenona e 12,5 casos por 100 mil que usaram levonorgestrel. Ou seja, quem tem algum fator de risco deve evitar qualquer contraceptivo hormonal e partir para os não hormonais, como o DIU (dispositivo intra-uterino).
Os ginecologistas recomendam que a mulher antes de iniciar a medicação anticoncepcional realize um exame clínico. Embora existam várias fórmulas, cada hormônio tem suas vantagens e desvantagens e é preciso analisar o histórico familiar muito bem.
A trombose causa inchaço, dor e, se o coágulo se desprender, pode levar à embolia pulmonar.
Quem já usa a pílula pode tomar certas precauções, como beber bastante água, usar meias compressoras e não ficar muito tempo sentada, recomendam os médicos.
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