Por Lais
O Brasil começa a utilizar uma nova alternativa para o tratamento de câncer de próstata: o HIFU, sigla em inglês para ultra-sonografia de alta frequência e intensidade. A técnica permite a aplicação de energia acústica (ultrassônica e não a radioativa) na próstata, que elimina totalmente o tecido doente. “O objetivo do procedimento é, no momento em que se retira o tecido doente, extinguir também a região ou áreas que apresentam tumor maligno”, explica o uro-oncologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Marcelo Bendhack – presidente da Associação Latinoamericana de Uro-Oncologia (UROLA) e primeiro a realizar a técnica no país.
“Pacientes tratados com HIFU têm menor risco de desenvolver complicações, como disfunção erétil, incontinência e toxicidade retal, se comparados com métodos convencionais (cirurgia ou radioterapia)”, compara o médico. O HIFU pode ser utilizado para casos de tumores em estágio inicial (restrito à próstata) ou câncer recidivado após radioterapia e cirurgia. Entretanto, cada caso é analisado individualmente.
De acordo com o Dr. Bendhack, o HIFU possui resultados bastante otimistas, com base em pesquisas internacionais. “Dos pacientes tratados com uma única sessão de HIFU, 83% estavam livres da doença oito anos após a realização do procedimento”, conta. Outros benefícios são a manutenção da capacidade de ereção em 70% dos casos e incontinência urinária em apenas 2% dos pacientes.
O estudo completo do novo procedimento realizado pelo médico é capa da revista Urologia Essencial, que pertence à Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A revista enfoca artigos originais de investigação científica e básica sobre a prática urológica.
O procedimento é realizado por uma cânula (transdutor ultrassônico) introduzida pelo reto, que possui dois modos de ultrassonografia: o habitual, inclusive, com Doppler colorido (que permite visualizar e definir a região de tratamento nos eixos transversal e longitudinal) e o HIFU (de alta frequência e intensidade), o qual elimina o tecido com precisão milimétrica. O paciente recebe anestesia locoregional (bloqueio) com sedação ou anestesia geral e fica no hospital de 12 a 24 horas.
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