Do R7*
A pholia negra faz com que o estômago demore mais tempo para fazer a digestão e, portanto, retarda a volta da fome
Já imaginou uma forma de emagrecer cerca de 10% do seu peso em 30 dias sem ter de fazer dieta nem ginástica? Pois esse é o feito de um composto medicinal, fabricado com plantas brasileiras, estudado por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) com resultados muito positivos.
Comercializado em cápsulas, o fitoterápico conhecido como pholia negra é feito a partir da mistura do extrato de uma planta usada por indígenas com substâncias fitoquímicas.
A promessa é ajudar a emagrecer sem expor o organismo a riscos como dependência química e taquicardia, efeitos associados a alguns medicamentos do gênero que acabaram sendo proibidos no Brasil. É que, ao contrário daqueles produtos, a pholia negra não age no cérebro.
O segredo da pholia negra, segundo Maria Martha Bernadi - professora da faculdade de medicina veterinária e zootecnia da USP responsável por estudar os efeitos da medicação em ratos - é tirar a vontade de comer.
- É que estimula o trabalho da leptina, uma substância presente no corpo responsável por provocar a sensação de saciedade. Com isso, a pholia negra desacelera o processo digestivo, fazendo com que o estômago absorva lentamente os alimentos e fique, por muito mais tempo, cheio.
Para surtir efeito, o composto deve ser tomado uma hora antes das duas principais refeições (almoço e jantar).
A pesquisa
Apesar de ser um produto novo no mercado (foi lançado em setembro de 2010), a pholia negra já é estudada há seis anos pela empresa responsável por sua comercialização.
Durante os estudos, notou-se que a mistura entre os extratos de três tipos diferentes da planta conhecida cientificamente como Ilex sp potencializavam o emagrecimento.
A partir da constatação, a indústria pediu um estudo mais aprofundado, com base em testes, de cientistas da USP.
De acordo com a professora Maria Martha, o estudo foi feito com 40 ratos adultos (20 fêmeas e 20 machos). Os animais foram subdivididos em quatro grupos, de acordo com o sexo.
- No primeiro mês de teste, todos os ratos foram alimentados com ração hipercalórica. Depois daquele período, voltamos a dar alimentos normais. Dois grupos, um de macho e outro de fêmea, ingeriram o fitoterápico feito com base nos extratos da planta. Os outros dois, não.
O grupo que recebeu o medicamento apresentou uma perda de 10% do sobrepeso em um mês. Nas fêmeas, afirma Maria, o efeito se demonstrou muito mais eficaz e chegou a 16%.
De acordo com Joseth, ainda não há estudos feitos em seres humanos, apenas em animais. Porém, o remédio é reconhecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
- Por se tratar de insumo e não de um medicamento finalizado, não é necessário registro, apenas de reconhecimento.
Em humanos
Segundo Joseth Gimenes, coordenadora de pesquisa da empresa responsável pela produção do insumo dessa medicação, se uma pessoa ingerir, por um mês, as cápsulas de pholia negra regularmente, conseguirá eliminar 10% do seu sobrepeso.
- Cada cápsula também possui cafeína, que é termogênica e auxilia na queima de gordura corpórea. Além disso, há estudos sendo feitos para comprovar sua eficácia na eliminação de gordura visceral e seu efeito diurético.
Para completar, segundo as cientistas, a pholia negra é antioxidante (responsável por retardar o envelhecimento), promove a manutenção do peso eliminado por até 12 meses e é anti-inflamatória.
Efeitos colaterais
A professora da USP ressalta que, durante os testes com a pholia negra em ratos, não foi percebida nenhuma reação indesejada.
- O medicamento não apresentou nenhum efeito colateral. Porém, testei-o apenas em animais saudáveis. Não foram feito experimentos em ratos diabéticos nem em animais hipertensos.
Portanto, não adianta você correr até a farmácia mais próxima e comprar o seu frasco de pholia negra. Antes de começar a se medicar, é necessário procurar um médico e seguir corretamente as prescrições.
Joseth faz ainda outro alerta: gestantes e mulheres que estejam amamentando não podem fazer uso do remédio. Já hipertensos e diabéticos devem pedir autorização aos médicos responsáveis antes de iniciar o uso.
*Colaborou Tainah Medeiros, estagiária do R7
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