As pessoas que estão acostumadas a fazer jejum como forma de perder peso têm uma péssima notícia: uma pesquisa apresentada durante a Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, no Rio de Janeiro, Brasil, mostrou que em modelos animais, intercalar períodos de jejum e ingestão de grande quantidade de comida pode causar diabetes, perda de massa muscular e aumentar a produção de radicais livres.
A pesquisa foi coordenada pela médica Alícia Kowaltowski, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo e publicada no periódico “Free Radical Biology & Medicine”.
O grupo de pesquisa de Alícia Kowaltowski é especializado em estudar como diferentes dietas afectam o metabolismo energético. A médica afirmou que, em geral, um rato de laboratório simula o comportamento de uma pessoa que come descontroladamente e não pratica exercícios. “Eles ficam gordos e desenvolvem diabetes porque comem à vontade e não fazem nada o dia todo”, disse ao site da revista “Veja”.
O problema é que, para algumas pesquisas, um rato obeso e diabético não é o ideal. Nesse caso, é preciso afinar a dieta do animal para que ele fique com o peso ideal.
Desde 1935, sabe-se que a redução de calorias na alimentação do rato melhora a saúde do bicho. “Quando reduzimos a quantidade de comida de maneira ordenada, os ratos ganham forma e não desenvolvem diabetes”, referiu a investigadora brasileira.
Esse controlo, contudo, dá trabalho. “Temos que medir a massa de comida diariamente e ir acertando a quantidade para manter o rato com o peso adequado.”
“As pessoas pensam que ficar sem comer durante muito tempo e reduzir a quantidade de calorias é a mesma coisa”, disse Kowaltowski.
Para provar que a dieta por redução de calorias é diferente da dieta por jejum, os pesquisadores da Universidade de São Paulo criaram três grupos de ratos, sendo que o primeiro tinha uma dieta de redução de calorias cuidadosamente controlada. Comia todos os dias, mas sempre uma quantidade menor de comida.
O segundo grupo fazia jejum de 24 horas entre uma e outra refeição, comendo, assim, de dois em dois dias. No terceiro grupo, de controlo, os ratos podiam comer quanto quisessem. Os bichinhos passaram pela bateria de testes durante nove meses.
A primeira coisa que Alicia Kowaltowski percebeu nos ratos que faziam jejum foi a alteração no metabolismo da glicose, uma fonte importante de energia para o organismo. Esse grupo perdeu peso, mas pagou caro: a sensibilidade à insulina ficou comprometida e os animais desenvolveram diabetes. Os ratinhos que tiveram a dieta controlada com a redução de calorias e os que comiam todos os dias não tiveram problemas.
Os resultados intrigaram os cientistas. Por que razão o animal que faz jejum intermitente fica incapaz de metabolizar a glicose? Alicia sugere uma explicação. “Isso pode acontecer porque a insulina age nas células por meio de um receptor específico, que pode ser danificado pela presença de radicais livres”, disse. Ou seja, períodos intercalados de jejum e fartura aumentam a produção de radicais livres, que atacam os receptores de insulina.
“Por causa da pesquisa com animais sabemos que a redução calórica aumenta a expectativa de vida dos seres humanos. Todo mundo sabe que não se pode comer tudo o que vemos à frente”, disse a médica. “Outro exemplo é a dieta rica em gordura, que tanto em seres humanos como em animais levam à obesidade e aumentam a incidência de várias doenças.”
http://jornaldeangola.sapo.ao/
A pesquisa foi coordenada pela médica Alícia Kowaltowski, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo e publicada no periódico “Free Radical Biology & Medicine”.
O grupo de pesquisa de Alícia Kowaltowski é especializado em estudar como diferentes dietas afectam o metabolismo energético. A médica afirmou que, em geral, um rato de laboratório simula o comportamento de uma pessoa que come descontroladamente e não pratica exercícios. “Eles ficam gordos e desenvolvem diabetes porque comem à vontade e não fazem nada o dia todo”, disse ao site da revista “Veja”.
O problema é que, para algumas pesquisas, um rato obeso e diabético não é o ideal. Nesse caso, é preciso afinar a dieta do animal para que ele fique com o peso ideal.
Desde 1935, sabe-se que a redução de calorias na alimentação do rato melhora a saúde do bicho. “Quando reduzimos a quantidade de comida de maneira ordenada, os ratos ganham forma e não desenvolvem diabetes”, referiu a investigadora brasileira.
Esse controlo, contudo, dá trabalho. “Temos que medir a massa de comida diariamente e ir acertando a quantidade para manter o rato com o peso adequado.”
“As pessoas pensam que ficar sem comer durante muito tempo e reduzir a quantidade de calorias é a mesma coisa”, disse Kowaltowski.
Para provar que a dieta por redução de calorias é diferente da dieta por jejum, os pesquisadores da Universidade de São Paulo criaram três grupos de ratos, sendo que o primeiro tinha uma dieta de redução de calorias cuidadosamente controlada. Comia todos os dias, mas sempre uma quantidade menor de comida.
O segundo grupo fazia jejum de 24 horas entre uma e outra refeição, comendo, assim, de dois em dois dias. No terceiro grupo, de controlo, os ratos podiam comer quanto quisessem. Os bichinhos passaram pela bateria de testes durante nove meses.
A primeira coisa que Alicia Kowaltowski percebeu nos ratos que faziam jejum foi a alteração no metabolismo da glicose, uma fonte importante de energia para o organismo. Esse grupo perdeu peso, mas pagou caro: a sensibilidade à insulina ficou comprometida e os animais desenvolveram diabetes. Os ratinhos que tiveram a dieta controlada com a redução de calorias e os que comiam todos os dias não tiveram problemas.
Os resultados intrigaram os cientistas. Por que razão o animal que faz jejum intermitente fica incapaz de metabolizar a glicose? Alicia sugere uma explicação. “Isso pode acontecer porque a insulina age nas células por meio de um receptor específico, que pode ser danificado pela presença de radicais livres”, disse. Ou seja, períodos intercalados de jejum e fartura aumentam a produção de radicais livres, que atacam os receptores de insulina.
“Por causa da pesquisa com animais sabemos que a redução calórica aumenta a expectativa de vida dos seres humanos. Todo mundo sabe que não se pode comer tudo o que vemos à frente”, disse a médica. “Outro exemplo é a dieta rica em gordura, que tanto em seres humanos como em animais levam à obesidade e aumentam a incidência de várias doenças.”
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