29/08/2011 - 10h50
"A nicotina não causa efeitos colaterais especiais em pacientes em tratamento antirretroviral. Mas o cigarro é prejudicial para qualquer pessoa, principalmente para quem apresenta algum tipo de problema pulmonar", diz a infectologista Marinella Della Negra, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo.
Segundo ela, os tratamentos para abandonar a dependência são também os mesmos receitados para quem não tem HIV. "Os adesivos de nicotina e os medicamentos como antidepressivos não interferem no tratamento antirretroviral, mas é sempre bom usar com a orientação do médico", aconselha
Para o infectologista Esper Kallás, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o tabagismo é mais prejudicial do que os inibidores de protease contidos nos antirretrovirais. Ele concorda com Marinella sobre a importância de buscar ajuda com um médico caso a pessoa sinta necessidade de apoio para largar o cigarro.
Robinson Camargo, infectologista e coordenador do Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids (SAE) Herbert de Souza, acredita que a decisão de abandonar o cigarro tem de partir do paciente e não do médico.
"Os pacientes têm uma vida dura. Para estar bem precisamos ter um prazer e muitas vezes fumar é o único prazer. Não posso mandar no desejo do paciente. Seria o mesmo que dizer a uma travesti que ela não pode pôr silicone", comparou.
Estudo nos EUA
Já segundo pesquisa realizada na Universidade de Yale (EUA), fumantes com HIV têm maior probabilidade de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica do que fumantes não infectados. O estudo acompanhou 895 soropositivos e 653 soronegativos.
Apesar das pessoas sem HIV fumarem média mais cigarros do que os soropositivos, os portadores do vírus da aids apresentaram um risco maior de desenvolver a doença pulmonar crônica do que os negativos.
Entre os pacientes HIV+ que fumavam mais de 40 maços por ano, o risco de desenvolver a doença pulmonar era 5,5 vezes maior do que na população não fumante, enquanto que no grupo soronegativo que consumia a mesma quantidade de cigarros, esse risco era de 3 vezes.
Os pesquisadores observaram ainda que o risco aumenta com a idade e com o uso de terapia antirretroviral.
Após o ajuste dos fatores de risco, segundo idade, raça e quantidade de cigarros consumidos, o grupo de pacientes infectados pelo HIV tinha cerca de 50% mais chance de desenvolver a doença pulmonar do que o grupo não infectado.
Fumantes no Brasil
Estima-se que haja 25 milhões de fumantes no Brasil, sendo 17,9% dos homens e 12,7% das mulheres do país. A cada 10 mortes de homens, 8 são de fumantes. Já entre as mulheres, a cada 10 mortes, 6 são de fumantes, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
"A nicotina não causa efeitos colaterais especiais em pacientes em tratamento antirretroviral. Mas o cigarro é prejudicial para qualquer pessoa, principalmente para quem apresenta algum tipo de problema pulmonar", diz a infectologista Marinella Della Negra, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo.
Segundo ela, os tratamentos para abandonar a dependência são também os mesmos receitados para quem não tem HIV. "Os adesivos de nicotina e os medicamentos como antidepressivos não interferem no tratamento antirretroviral, mas é sempre bom usar com a orientação do médico", aconselha
Para o infectologista Esper Kallás, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o tabagismo é mais prejudicial do que os inibidores de protease contidos nos antirretrovirais. Ele concorda com Marinella sobre a importância de buscar ajuda com um médico caso a pessoa sinta necessidade de apoio para largar o cigarro.
Robinson Camargo, infectologista e coordenador do Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids (SAE) Herbert de Souza, acredita que a decisão de abandonar o cigarro tem de partir do paciente e não do médico.
"Os pacientes têm uma vida dura. Para estar bem precisamos ter um prazer e muitas vezes fumar é o único prazer. Não posso mandar no desejo do paciente. Seria o mesmo que dizer a uma travesti que ela não pode pôr silicone", comparou.
Estudo nos EUA
Já segundo pesquisa realizada na Universidade de Yale (EUA), fumantes com HIV têm maior probabilidade de desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica do que fumantes não infectados. O estudo acompanhou 895 soropositivos e 653 soronegativos.
Apesar das pessoas sem HIV fumarem média mais cigarros do que os soropositivos, os portadores do vírus da aids apresentaram um risco maior de desenvolver a doença pulmonar crônica do que os negativos.
Entre os pacientes HIV+ que fumavam mais de 40 maços por ano, o risco de desenvolver a doença pulmonar era 5,5 vezes maior do que na população não fumante, enquanto que no grupo soronegativo que consumia a mesma quantidade de cigarros, esse risco era de 3 vezes.
Os pesquisadores observaram ainda que o risco aumenta com a idade e com o uso de terapia antirretroviral.
Após o ajuste dos fatores de risco, segundo idade, raça e quantidade de cigarros consumidos, o grupo de pacientes infectados pelo HIV tinha cerca de 50% mais chance de desenvolver a doença pulmonar do que o grupo não infectado.
Fumantes no Brasil
Estima-se que haja 25 milhões de fumantes no Brasil, sendo 17,9% dos homens e 12,7% das mulheres do país. A cada 10 mortes de homens, 8 são de fumantes. Já entre as mulheres, a cada 10 mortes, 6 são de fumantes, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Redação da Agência de Notícias da Aids
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