Por Mondarto
O Instituto do Coração (InCor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), vai testar um novo tratamento para pacientes que não conseguem controlar a pressão arterial com medicamentos. A primeira pessoa deve ser submetida ao procedimento até o fim deste mês de agosto e, na fase inicial, 20 pacientes serão tratados, afirma o cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do InCor.A técnica usa um cateter inserido pela virilha que vai até a artéria renal. Lá, o aparelho emite ondas de alta frequência que fazem uma ablação (“queima”) dos nervos que levam estímulos aos rins. Esses nervos fazem parte do sistema nervoso simpático e uma de suas funções é o controle da pressão arterial. Quando o volume do sangue aumenta, e também a pressão arterial, os estímulos desse sistema são inibidos e os rins eliminam água e sódio, reduzindo a pressão. Em algumas pessoas, os estímulos do sistema simpático são hiperativos, e os rins não recebem a ordem de reduzir o volume de líquido em circulação.
Em uma pesquisa publicada em 2010 na revista Lancet, com 106 pessoas, 84% das que foram submetidas à nova técnica tiveram redução significativa da pressão.
O procedimento só é aplicado em pessoas que não conseguem controlar a pressão mesmo usando mais de três remédios por dia. De acordo com o médico americano Thomas Lohmeier, professor da Universidade do Mississipi, os pacientes com hipertensão resistente são, em geral, obesos e mais velhos.
Segundo o Ministério da Saúde, 23% dos adultos no Brasil sofrem de hipertensão. E ainda não se sabe exatamente qual é a proporção dos que têm hipertensão resistente.
Cerca de 10% dos pacientes não conseguem controlar a pressão. Tomam três remédios por dia e não ficam abaixo de 14 por 9, diz o cardiologista Luiz Bortolotto. O cardiologista faz parte da equipe que coordena um estudo, já em andamento, para saber quantos dos hipertensos sofrem dessa dificuldade.
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