Rafael Assef/Folha Imagem
Esse é o tipo de conselho fácil de ser seguido: contra a carequice precoce, olhe-se no espelho.
Abra os olhos para a parte frontal, principalmente as entradas laterais, as primeiras regiões atingidas, antes que a queda chegue ao vértice do crânio, a popular coroinha, e a calvície, parcial ou total, esteja consumada.
Caso a dúvida persista, lance o plano B: olhe à sua volta. Se o seu pai, avô ou tios (paternos ou maternos) tiverem problemas de queda de cabelo, você tem 25% de chances de ficar careca já na adolescência e 50% de riscos de perder cabelo a partir dos 40 anos. Quanto antes o potencial careca perceber o problema e procurar um dermatologista, maiores as chances de deter ou controlar o processo. Sem tratamento adequado, os fios continuam caindo e, o que é pior, os folículos pilosos, de onde eles brotam, "secam", enterrando de vez qualquer esperança de recuperação.
Todo mundo perde diariamente entre 50 a 70 fios (a cabeleira tem de 100 mil a 150 mil fios), principalmente durante o sono, por causa da fricção no travesseiro, e na hora de lavar e pentear. O problema é quando essa queda se acentua, ultrapassando mais de 200 fios, e o cabelo começa a ficar mais curto, fino, frágil e com perda de cor. A calvície se instala quando os novos fios deixam de compensar as perdas.
A chamada alopecia androgenética é provocada por uma complexa interação entre informações genéticas e o metabolismo dos hormônios masculinos (veja quadro). Ela pode começar cedo, no final da adolescência, mas há casos ainda mais prematuros, a partir dos 15 anos, diz Francisco Le Voci, 39, dermatologista do hospital Albert Einstein.
A incidência aumenta com a idade. Cerca de um quarto dos pacientes começa a perder cabelos antes dos 25 anos. O percentual sobe a 40% entre os quarentões e à metade dos homens com 50 anos ou mais, segundo Leontina da Conceição Margarido, do departamento de dermatologia da USP.
O médico deve ser consultado logo nos primeiros sintomas. Por meio de uma análise do histórico familiar e outros exames, como o da taxa de hormônios masculinos, será possível diagnosticar o tipo de calvície e indicar o tratamento. Cerca de 70% dos calvos têm alopecia androgenética tipo seborréica (gordurosa) e os 30% restantes, seca.
O mercado já dispõe de drogas como minoxidil (princípio ativo do Regaine) e 17 alfa estradiol (Avicis), aplicadas no couro cabeludo e indicadas principalmente para a calvície precoce. Outra alternativa é o finasterida (Propecia ou Finalop), comprimido de 1 mg que deve ser ingerido diariamente. Dependendo do paciente, a prescrição pode combinar comprimido e loção. Nenhuma das drogas citadas "cura" a calvície, o que significa que deverão ser tomadas para o resto da vida. Também não se deve esquecer os efeitos colaterais. As loções para o couro cabeludo podem provocar ardência e escamação; no caso do alfa estradiol há também o risco de ginecomastia (desenvolvimento da mama) em adolescentes. Já o finasterida pode causar perda de libido se consumido por longo tempo (menos de 2% dos pacientes).
Nos casos mais avançados, quando os folículos estão "mortos" e a queda está estabilizada, a saída é o transplante capilar -desde que o paciente possua cabelo na área doadora (região da nuca) e esteja disposto a gastar de R$ 4 mil a R$ 12 mil. Na cirurgia, são feitos de 1.500 a 3.000 microenxertos de unidades foliculares, principalmente na região frontal e na coroinha. Geralmente, os cabelos começam a nascer após a 12ª semana.
Entenda a calvície
1- Quando a testosterona chega aos folículos pilosos através do sangue, ocorre uma reação química com uma enzima chamada 5 alfa-redutase, que fica nas paredes dos folículos
2- Essa reação gera a dihidrotestosterona, uma espécie de testosterona modificada. Em pacientes com tendência à calvície, o metabolismo aumenta a produção da enzima e gera mais dihidrotestosterona
3- O excesso provoca um processo de miniaturização dos fios, que se tornam finos e frágeis, e pode até matar os folículos, que param de produzir fios
Fontes: dermatologistas Leontina da Conceição Margarido (USP) e Francisco Le Voci (Albert Einstein)
Verdade ou mito?
1 Lavar os cabelos todos os dias aumenta a queda.
MITO. A lavagem pode fazer com que os fios que estão em fase de queda e vão cair de qualquer forma se desprendam mais facilmente.
2 Cortar regularmente evita queda.
MITO. Manter o cabelo curto melhora o visual, mas não influencia na queda. O truque é que, na base, os fios são levemente mais espessos do que na ponta, por isso podem parecer temporariamente mais volumosos após o corte.
3 Alguns esportes danificam os cabelos.
MITO. Atividades esportivas só trazem benefícios ao organismo, e não são uns gols de cabeça que vão mudar um destino cabeludo. Atletas que tiverem tendência à calvície ficarão calvos independentemente do esporte ou atividade física.
4 A caspa favorece a queda.
MITO. Ela pode ser um sintoma paralelo da queda, mas não a desencadeadora. A confusão se dá porque cerca de 70% dos calvos têm dermatite seborréica (oleosidade e descamação do couro cabeludo). A caspa também pode indicar um certo desequilíbrio do PH do couro cabeludo, causado por xampus mais agressivos, estresse e má alimentação.
5 A água do mar é boa para os cabelos oleosos.
VERDADE. Desde que sem excessos, tanto a água do mar como o sol podem ajudar a diminuir a oleosidade, mas não interferem na queda.
6 Se o fio branco for arrancando, o outro nascerá preto.
MITO. O cabelo fica branco quando as células próximas das raízes não conseguem fabricar o pigmento melanina, que dá cor aos fios. Em geral, é condição geneticamente determinada.
7 O cabelo cresce mais rápido no verão.
VERDADE. O sol estimula a atividade de alguns hormônios, como a prolactina e a melatonina, que induzem o bulbo capilar a "trabalhar" mais, acelerando o crescimento dos fios.
8 O que leva à perda de cabelo é o excesso de testosterona; logo os carecas são mais potentes.
MITO. Infelizmente para os calvos, a perda de cabelo não é provocada por um aumento na produção de hormônios masculinos, mas sim pela quantidade maior da enzima 5 alfa-redutase, que é determinada geneticamente e não tem nada a ver com virilidade.
Fontes: dermatologistas Leontina da Conceição Margarido (USP) e Francisco Le Voci (Albert Einstein)
Esse é o tipo de conselho fácil de ser seguido: contra a carequice precoce, olhe-se no espelho.
Abra os olhos para a parte frontal, principalmente as entradas laterais, as primeiras regiões atingidas, antes que a queda chegue ao vértice do crânio, a popular coroinha, e a calvície, parcial ou total, esteja consumada.
Caso a dúvida persista, lance o plano B: olhe à sua volta. Se o seu pai, avô ou tios (paternos ou maternos) tiverem problemas de queda de cabelo, você tem 25% de chances de ficar careca já na adolescência e 50% de riscos de perder cabelo a partir dos 40 anos. Quanto antes o potencial careca perceber o problema e procurar um dermatologista, maiores as chances de deter ou controlar o processo. Sem tratamento adequado, os fios continuam caindo e, o que é pior, os folículos pilosos, de onde eles brotam, "secam", enterrando de vez qualquer esperança de recuperação.
Todo mundo perde diariamente entre 50 a 70 fios (a cabeleira tem de 100 mil a 150 mil fios), principalmente durante o sono, por causa da fricção no travesseiro, e na hora de lavar e pentear. O problema é quando essa queda se acentua, ultrapassando mais de 200 fios, e o cabelo começa a ficar mais curto, fino, frágil e com perda de cor. A calvície se instala quando os novos fios deixam de compensar as perdas.
A chamada alopecia androgenética é provocada por uma complexa interação entre informações genéticas e o metabolismo dos hormônios masculinos (veja quadro). Ela pode começar cedo, no final da adolescência, mas há casos ainda mais prematuros, a partir dos 15 anos, diz Francisco Le Voci, 39, dermatologista do hospital Albert Einstein.
A incidência aumenta com a idade. Cerca de um quarto dos pacientes começa a perder cabelos antes dos 25 anos. O percentual sobe a 40% entre os quarentões e à metade dos homens com 50 anos ou mais, segundo Leontina da Conceição Margarido, do departamento de dermatologia da USP.
O médico deve ser consultado logo nos primeiros sintomas. Por meio de uma análise do histórico familiar e outros exames, como o da taxa de hormônios masculinos, será possível diagnosticar o tipo de calvície e indicar o tratamento. Cerca de 70% dos calvos têm alopecia androgenética tipo seborréica (gordurosa) e os 30% restantes, seca.
O mercado já dispõe de drogas como minoxidil (princípio ativo do Regaine) e 17 alfa estradiol (Avicis), aplicadas no couro cabeludo e indicadas principalmente para a calvície precoce. Outra alternativa é o finasterida (Propecia ou Finalop), comprimido de 1 mg que deve ser ingerido diariamente. Dependendo do paciente, a prescrição pode combinar comprimido e loção. Nenhuma das drogas citadas "cura" a calvície, o que significa que deverão ser tomadas para o resto da vida. Também não se deve esquecer os efeitos colaterais. As loções para o couro cabeludo podem provocar ardência e escamação; no caso do alfa estradiol há também o risco de ginecomastia (desenvolvimento da mama) em adolescentes. Já o finasterida pode causar perda de libido se consumido por longo tempo (menos de 2% dos pacientes).
Nos casos mais avançados, quando os folículos estão "mortos" e a queda está estabilizada, a saída é o transplante capilar -desde que o paciente possua cabelo na área doadora (região da nuca) e esteja disposto a gastar de R$ 4 mil a R$ 12 mil. Na cirurgia, são feitos de 1.500 a 3.000 microenxertos de unidades foliculares, principalmente na região frontal e na coroinha. Geralmente, os cabelos começam a nascer após a 12ª semana.
Entenda a calvície
1- Quando a testosterona chega aos folículos pilosos através do sangue, ocorre uma reação química com uma enzima chamada 5 alfa-redutase, que fica nas paredes dos folículos
2- Essa reação gera a dihidrotestosterona, uma espécie de testosterona modificada. Em pacientes com tendência à calvície, o metabolismo aumenta a produção da enzima e gera mais dihidrotestosterona
3- O excesso provoca um processo de miniaturização dos fios, que se tornam finos e frágeis, e pode até matar os folículos, que param de produzir fios
Fontes: dermatologistas Leontina da Conceição Margarido (USP) e Francisco Le Voci (Albert Einstein)
Verdade ou mito?
1 Lavar os cabelos todos os dias aumenta a queda.
MITO. A lavagem pode fazer com que os fios que estão em fase de queda e vão cair de qualquer forma se desprendam mais facilmente.
2 Cortar regularmente evita queda.
MITO. Manter o cabelo curto melhora o visual, mas não influencia na queda. O truque é que, na base, os fios são levemente mais espessos do que na ponta, por isso podem parecer temporariamente mais volumosos após o corte.
3 Alguns esportes danificam os cabelos.
MITO. Atividades esportivas só trazem benefícios ao organismo, e não são uns gols de cabeça que vão mudar um destino cabeludo. Atletas que tiverem tendência à calvície ficarão calvos independentemente do esporte ou atividade física.
4 A caspa favorece a queda.
MITO. Ela pode ser um sintoma paralelo da queda, mas não a desencadeadora. A confusão se dá porque cerca de 70% dos calvos têm dermatite seborréica (oleosidade e descamação do couro cabeludo). A caspa também pode indicar um certo desequilíbrio do PH do couro cabeludo, causado por xampus mais agressivos, estresse e má alimentação.
5 A água do mar é boa para os cabelos oleosos.
VERDADE. Desde que sem excessos, tanto a água do mar como o sol podem ajudar a diminuir a oleosidade, mas não interferem na queda.
6 Se o fio branco for arrancando, o outro nascerá preto.
MITO. O cabelo fica branco quando as células próximas das raízes não conseguem fabricar o pigmento melanina, que dá cor aos fios. Em geral, é condição geneticamente determinada.
7 O cabelo cresce mais rápido no verão.
VERDADE. O sol estimula a atividade de alguns hormônios, como a prolactina e a melatonina, que induzem o bulbo capilar a "trabalhar" mais, acelerando o crescimento dos fios.
8 O que leva à perda de cabelo é o excesso de testosterona; logo os carecas são mais potentes.
MITO. Infelizmente para os calvos, a perda de cabelo não é provocada por um aumento na produção de hormônios masculinos, mas sim pela quantidade maior da enzima 5 alfa-redutase, que é determinada geneticamente e não tem nada a ver com virilidade.
Fontes: dermatologistas Leontina da Conceição Margarido (USP) e Francisco Le Voci (Albert Einstein)
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