Dieta, alteração no estilo de vida e uso criterioso dos recursos da Medicina Complementar mudam a rotina da mulher na menopausa. Revelados os riscos da reposição hormonal tradicional, estudiosos ampliaram pesquisas e fornecem cada dia mais soluções para o desconforto que antecede e acompanha a menopausa.
O alvo das medicinas convencional e alternativa é o mesmo – aliviar o desconforto das mulheres durante os anos da menopausa e ajudá-las a manter a saúde nos anos seguintes. Mas as semelhanças acabam nos objetivos; os caminhos na busca das soluções são muito diferentes.
Segundo a medicina convencional menopausa é desordem provocada pela deficiência hormonal e tenta corrigir os desequilíbrios que essa desordem provoca. Já a medicina complementar defende o fortalecimento do organismo feminino encorajando o equilíbrio enquanto procura regularizar e normalizar suas funções durante a transição para a menopausa. Seus tratamentos normalmente descartam terapias que incluam a prescrição de drogas sintéticas.
Mudanças na dieta, nutrição e estilo de vida, suplementadas por terapias como acupuntura, ervas e medicamentos homeopáticos estão entre soluções que se tem demonstrado eficientes.
Calores, insônia, palpitações e secura vaginal bem como risco de osteoporose e problemas cardíacos tem sido enfrentados com sucesso com terapias naturais e com significativa vantagem adicional: essas terapias não provocam efeitos colaterais passando longe dos riscos da reposição.
Com isso as mulheres comemoram: tratamento natural pode levar à redução das doses dos medicamentos da reposição hormonal – diminuindo assim seus efeitos colaterais e riscos – e, freqüentemente, pode levar à eliminação do tratamento de reposição hormonal.
Há na opção natural, contudo, uma realidade: o tratamento pode levar algum tempo para surtir efeito, exigindo das praticantes paciência para manter a terapia.
A seguir, algumas terapias que podem ser aplicadas no tratamento da menopausa.
Acupressura e acupuntura
Pressão aplicada em pontos específicos sobre mãos e pés podem estimular ovários, útero e glândulas pituitária, tireóide e paratireóide para equilibrar a produção de hormônios e reduzir calores. A menstruação prolongada pode ser controlada pela aplicação de pressão em ambos os lados da pernas, cerca de doze centímetros abaixo dos joelhos.
Além de liberar energias retidas e canalizá-las, as agulhas também podem estimular liberação de endorfinas e aliviar dores. Endorfinas são analgésicos naturais que se encontram no feixe espinal e glândula pituitária pelo corpo. A acupuntura estimula a vitalidade e bem-estar ao mesmo tempo em que encoraja o corpo na busca do equilíbrio e da auto-cura.
A acupuntura pode aliviar sintomas da menopausa reequilibrando o sistema hormonal, especialmente dores de cabeça e enxaquecas, calores, períodos de desânimo e dor nas costas. Excesso de fluxo menstrual ou fluxo incerto podem ser aliviado com esta técnica. E, igualmente, as dores de cabeça associadas à menstruação. Acupuntura tem também efeito positivo sobre insônia e estresse. O tratamento pode favorecer a mobilização do chi para o sistema nervoso e ajudar na falta de memória e concentração.
Estudo realizado com 21 mulheres suecas com calores da menopausa descobriu que a acupuntura reduzia significativamente esses sintomas e efeitos do tratamento se prolongavam pelo menos durante três semanas após o término do mesmo. Acupuntura pode ser usada isoladamente ou combinada com ervas e outros medicamentos. Alguns terapeutas sugerem que a terapia afeta áreas do sistema nervoso que provocam calores da menopausa.
Arteterapia
Terapias artísticas, luzes e cores andam de mãos dadas. Todas são úteis e atraem respostas adequadas por agirem sobre mente, corpo e espírito.
Ajudando na expressão das necessidades interiores, externam pensamentos e sentimentos e facilitam insights que podem ampliar o potencial da vida.
Medicina quiroprática
Ajuda a restaurar a capacidade do corpo para curar-se e equilibrar-se através de pressões nos nervos da espinha dorsal que controlam o fluxo de energia através do corpo. Terapias aliadas na medicina quiroprática podem igualmente aliviar desconfortos da menopausa e participar no fortalecimento e apoio ao corpo para os anos que virão. Há quiropratas que incorporam a seus programas de cura exercícios e dieta, acupuntura, massagem, homeopatia e kinesiologia.
Dores nas costas devido a deficiência de estrogênio ou começo de osteoporose respondem bem à manipulação espinal. Dores de cabeça e enxaquecas provocadas pela tensão do estresse, problemas no pescoço por falta de flexibilidade, enrijecido, e pressão nervosa e tensão muscular também são beneficiados com quiropraxia.
Quiropratas sugerem que muitas mulheres que sofrem de dores menstruais sofrem igualmente com problemas de coluna como dor nas costas. Segundo eles, problemas ginecológicos ocorrem por causa de subluxações (deslocamentos) na relação entre espinha, a parte inferior da coluna e a anatomia feminina. Eles sugerem que há relação direta de causa/sintoma nestes casos.
Em estudo realizado com 122 mulheres, a maioria com dismenorréia (menstruação dolorosa), as vítimas tinham problemas na coluna inferior e deslocamento espinal. Segundo os quiropratas, isto explica porque muitas mulheres que visitam o profissional de quiropraxia para tratamento de dores na coluna relatam benefícios em seus problemas menstruais e outros de ordem ginecológica.
Estudos científicos têm demonstrado que há relação entre saúde espinal e problemas ginecológicos. Um estudo realizado em 1973 com 496 pacientes que receberam cuidados com a espinha, mais de 95% experimentou alívio em problemas gerais ginecológicos. Outro estudo feito em 1986 descobriu que o tratamento da coluna teve efeito particular sobre a Tensão Pré Menstrual. Em 1990, novo estudo indicou que “a disfunção do útero e a fixação estrutural dos mesmos segmentos de inervação da espinha podem indicar reflexo somatovisceral... O ajuste destas vértebras e o restabelecimento da flexão das juntas parece influenciar a resposta dos nervos, restaurando a transmissão nervosa adequada do útero.”
Exercícios
Exercícios, sem dúvida, são a parte mais importante da terapia alternativa disponível para tratar a menopausa. Eles permitem controlar o corpo e as emoções utilizando recursos internos. Cada exercício estimula as glândulas adrenais a converter o hormônio masculino androstenediona em estrogênio. Um mínimo de 30 minutos diários de exercícios quatro vezes por semana é suficiente para fazer o trabalho adequado.
À medida que a idade chega, adequação cardiorrespiratória, força e flexibilidade declinam mas para as pessoas que continuam ativas essa queda tem media inferior (em média cinco por cento por década depois dos vinte anos, ao contrário dos nove por cento por década para inativos).
Benefícios da prática de exercícios regulares
l As células recebem mais oxigênio, o que facilita a circulação do sangue, cria energia e amplia sua capacidade de gerenciar o estresse.
l Exercícios regulares podem ajudar no tratamento da depressão e aumentar a sensação de bem-estar.
l Aumenta a saúde, o que, por sua vez, acrescenta mais anos à vida.
l Intestinos podem funcionar melhor.
l O sono melhora.
l O peso pode ser melhor controlado, pois exercícios regulares ajudam a queimar calorias, diminuem o apetite e aceleram o metabolismo.
l Os ossos se fortalecem auxiliando na prevenção da osteoporose.
l Caem os riscos de doenças do coração.
l A função dos pulmões e sua resistência aumentam.
l As possibilidades de câncer do cólon diminuem.
l O risco de desenvolver diabetes cai, pois os exercícios facilitam a capacidade do corpo de utilizar o açúcar existente no sangue.
l Juntas são beneficiadas, artrite e dores na coluna diminuem.
l Músculos se fortalecem.
l Aumenta o nível do bom colesterol no sangue.
l O sistema imunológico torna-se mais eficiente.
l A gordura corporal é reduzida.
l Melhora o controle do apetite.
l Aumenta a agilidade mental.
l As dores de cabeça são reduzidas.
Alimentos e estrogênio
Alguns alimentos são fontes naturais de estrogênio. Outros o inibem. Saber como os alimentos afetam o metabolismo do estrogênio é parte importante do gerenciamento da menopausa e da tensão pré-menstrual.
Alimentos que contêm estrogênios naturais
Uma porção de diferentes alimentos e vegetais são fonte natural de estrogênio e podem ser úteis durante a menopausa. A lista a seguir contém algumas das melhores fontes. São alimentos também ricos em vitaminas, minerais, fibras e ácidos graxos essenciais e pobres em gorduras saturadas. Ou seja, são nutritivos e devem fazer parte da dieta feminina regularmente.
Alfafa;
semente de erva doce;
maçãs;
aveia;
cenouras;
cerejas;
cevada
cenouras
pepinos
laticínios;
ovos;
sementes de linhaça;
alho;
aveia
óleo de oliva
azeitonas
mamões;
alface
ameixas;
batatas;
abóboras
ruibarbo;
arroz integral;
sementes de gergelim;
brotos de soja;
soja em grão;
sementes de girassol;
tomates;
trigo;
Alimentos que inibem o estrogênio
Caso você sofra de câncer do seio, tensão pré-menstrual, cistos nos ovários ou outras situações que possam ser exacerbadas pelo estrogênio, talvez seja interessante saber que os alimentos a seguir são inibidores naturais.
morangos;
brócolos;
couve, repolho;
alimentos cítricos;
milho;
figos;
frutas (com exceção de maçãs, morangos, tâmaras e romãs);
uvas;
grãos verdes;
melões;
cebola;
pêras;
mandioca;
arroz branco;
farinha branca.
Estudo comprova ação de exercícios
Pesquisadores suecos promoveram estudo para determinar efeitos de exercícios físicos regulares na freqüência das ondas de calor. No estudo, a freqüência de calores moderados e intensos foi investigada em 79 mulheres pós-menopáusicas que tomaram parte em exercícios físicos regularmente e foram comparadas a mulheres que faziam parte de um grupo de controle de 866 mulheres pós-menopáusicas com idades variáveis de 52 a 54 anos.
O estudo demonstrou claramente que os exercícios físicos regulares provocavam o decréscimo da severidade das ondas de calor. As mulheres do grupo que se exercitava enfrentou o período da menopausa sem o uso da terapia de reposição hormonal. As mulheres fisicamente ativas que não tiveram ondas de calor utilizaram em média 3,5 horas por semana exercitando-se, enquanto que as mulheres que praticaram menos exercícios foram as mais inclinadas a sofrer ondas de calor.
Tudo pelo natural
Um dos pioneiros no universo naturista brasileiro e autor de inúmero livros na área da Medicina Complementar, o Dr. Márcio Bontempo recomenda o abandono de certos alimentos como açúcar branco, laticínios, carnes vermelhas, carnes embutidas, frango de granja e produtos que contenham hormônios sintéticos.
O médico recomenda dieta “rica em frutas, verduras, saladas, legumes, leguminosas – com destaque para soja e derivados como tofu, leite de soja, soja texturizada, missô etc – e cereais integrais.” O Dr. Márcio Bontempo também destaca o consumo de lecitina de soja, espirulina e clorela.
A Dra. Maria Helena Bastos, médica especializada em Ginecologia e Obstetrícia, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Homeopatas da Sociedade Médica Homeopática da Bahia, confirma que “uma xícara de feijão de soja fornece aproximadamente 300 mg do fitoestrogênio isoflavona, que equivale a cerca de 0,45 mg de estrogênio conjugado (Premarim)”.
Ciente dos riscos da terapia hormonal, que pode prejudicar mamas e útero, a médica propõe o uso dos fitohormônios que “atuam em quase todos os sintomas da menopausa, melhorando as ondas de calor, as irregularidades menstruais, cólicas, dores mamárias, TPM, reduzem colesterol elevado, previnem osteoporose e retardam evolução da doença de Alzheimer”.
Lembrando que os fitohormônios, boro e ácidos graxos essenciais estão na linha de frente de diversas pesquisas científicas, a médica afirma que “Duas maçãs grandes, uma xícara de brócolis ou uma mão cheia de frutas e sementes secas (nozes, amêndoas etc.) fornecem um a três mg de boro. Para melhor prevenção da osteoporose, além do cálcio que tradicionalmente se recomenda, o boro deve ser incluído na dieta”.
Sem esquecer a homeopatia, uma de suas especialidades, a médica reforça: “A terapêutica homeopática é um tratamento seguro e natural antes, durante e depois da menopausa. Para a Homeopatia, menopausa é apenas importante estágio no amadurecimento da mulher, um momento de aprendizado”.
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