8 de outubro de 2008
Da esquerda para a direita: Shimomuro, Chalfie e Tsien
O estudo de uma proteína que faz a água-viva brilhar rendeu o Prêmio Nobel de Química para três pesquisadores nesta quarta-feira. As honras foram para dois americanos e um japonês - todos atuando nos Estados Unidos - por terem analisado as propriedades e aplicações científicas da GFP (proteína verde fluorescente, na sigla em inglês). Com essas pesquisas, os cientistas puderam desenvolver formas de observar processos que antes eram invisíveis, tais como o desenvolvimento dos neurônios no cérebro ou como o câncer se espalha pelo organismo, justificou o júri.
Ao anunciar os laureados, o júri do Nobel reconheceu, na verdade, um processo científico que engloba três descobertas interligadas: a do japonês Osamu Shimomura, nascido em 1928, por ter isolado a GFP; a de Martin Chalfie, nascido em 1947, por ter sugerido o uso da GFP como um marcador biológico; e Roger Tsien, de 1952, por ter contribuído para o entendimento do processo de fluorescência da GFP - além de ter ampliado a paleta de cores possíveis para além do verde.
A GFP foi identificada pela primeira vez em 1962, na água viva Aequorea victoria. Atualmente, a GFP pode ser associada a outras proteínas através da manipulação de DNA, fazendo brilhar certas partes de um organismo. Na avaliação do Comitê Nobel de Química da Academia Real Sueca, "essa proteína se tornou uma das mais importantes ferramentas utilizadas na biociência contemporânea". Em experimento divulgado no ano passado, por exemplo, cientistas da Universidade de Harvard conseguiram colorir os neurônios de um camundongo.
Precursores de tal avanço científico, Shimomura, Chalfie e Tsien irão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 3 milhões de reais). Cada um deles ganhará também um diploma e uma medalha de ouro com o emblema do Nobel - além de entrar para a história da Química.
O Comitê Nobel deste ano já revelou os destaques da Medicina e da Física, que também foram para três cientistas em cada área. Nos próximos dias, serão anunciados os laureados em Literatura (quinta), Paz (sexta) e Economia (segunda). O Nobel acontece todos os anos, em homenagem a Alfred Nobel, milionário sueco que inventou a dinamite. As premiações começaram no ano de 1901, como estabeleceu o testamento deixado por Nobel em 1895.
A seguir a lista dos vencedores do Prêmio Nobel de Química nos últimos dez anos:
2008: Roger Tsien, Martin Chalfie (EUA) e Osamu Shimomura (Japão)
2007: Gerhard Ertl (Alemanha)
2006: Roger Kornberg (Estados Unidos)
2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs (EUA) e Richard R. Schrock (EUA)
2004: Aaron Ciechanover (Israel), Avram Hershko (Israel) e Irwin Rose (EUA)
2003: Peter Agre (EUA) e Roderick MacKinnon (EUA)
2002: John Fenn (EUA), Koichi Tanaka (Japão) e Kurt Wuethrich (Suíça)
2001: William Knowles (EUA), Ryoji Noyori (Japão) e Barry Sharpless (EUA)
2000: Alan Heeger (EUA), Alan MacDiarmid (EUA) e Hideki Shirakawa (Japão)
1999: Ahmed Zewail (Egito/EUA)
1998: Walter Kohn (EUA) e John Pople (Grã-Bretanha)
Ao anunciar os laureados, o júri do Nobel reconheceu, na verdade, um processo científico que engloba três descobertas interligadas: a do japonês Osamu Shimomura, nascido em 1928, por ter isolado a GFP; a de Martin Chalfie, nascido em 1947, por ter sugerido o uso da GFP como um marcador biológico; e Roger Tsien, de 1952, por ter contribuído para o entendimento do processo de fluorescência da GFP - além de ter ampliado a paleta de cores possíveis para além do verde.
A GFP foi identificada pela primeira vez em 1962, na água viva Aequorea victoria. Atualmente, a GFP pode ser associada a outras proteínas através da manipulação de DNA, fazendo brilhar certas partes de um organismo. Na avaliação do Comitê Nobel de Química da Academia Real Sueca, "essa proteína se tornou uma das mais importantes ferramentas utilizadas na biociência contemporânea". Em experimento divulgado no ano passado, por exemplo, cientistas da Universidade de Harvard conseguiram colorir os neurônios de um camundongo.
Precursores de tal avanço científico, Shimomura, Chalfie e Tsien irão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 3 milhões de reais). Cada um deles ganhará também um diploma e uma medalha de ouro com o emblema do Nobel - além de entrar para a história da Química.
O Comitê Nobel deste ano já revelou os destaques da Medicina e da Física, que também foram para três cientistas em cada área. Nos próximos dias, serão anunciados os laureados em Literatura (quinta), Paz (sexta) e Economia (segunda). O Nobel acontece todos os anos, em homenagem a Alfred Nobel, milionário sueco que inventou a dinamite. As premiações começaram no ano de 1901, como estabeleceu o testamento deixado por Nobel em 1895.
A seguir a lista dos vencedores do Prêmio Nobel de Química nos últimos dez anos:
2008: Roger Tsien, Martin Chalfie (EUA) e Osamu Shimomura (Japão)
2007: Gerhard Ertl (Alemanha)
2006: Roger Kornberg (Estados Unidos)
2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs (EUA) e Richard R. Schrock (EUA)
2004: Aaron Ciechanover (Israel), Avram Hershko (Israel) e Irwin Rose (EUA)
2003: Peter Agre (EUA) e Roderick MacKinnon (EUA)
2002: John Fenn (EUA), Koichi Tanaka (Japão) e Kurt Wuethrich (Suíça)
2001: William Knowles (EUA), Ryoji Noyori (Japão) e Barry Sharpless (EUA)
2000: Alan Heeger (EUA), Alan MacDiarmid (EUA) e Hideki Shirakawa (Japão)
1999: Ahmed Zewail (Egito/EUA)
1998: Walter Kohn (EUA) e John Pople (Grã-Bretanha)
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