Rafael Assef/Folha Imagem
O jato urinário já não tem mais aquela força, as gotinhas demoram para acabar, a noite se divide entre a cama e o banheiro? Ligue o pisca-alerta. O histórico dos problemas de próstata revela que não se deve chegar à fase de ter que ficar sentado, esperando a urina chegar, para procurar um médico.
Um em cada quatro brasileiros a partir dos 50 anos vai enfrentar problemas na próstata, afirma Ademar Lopes, 56, chefe do departamento de cirurgia pélvica do Hospital do Câncer. Na faixa dos 80, a incidência sobe a 50%. Para aliviar o estresse masculino, porém, é bom dizer que nem tudo se resume ao câncer, embora ele seja o que mais assusta.
Pelas estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), 35.240 brasileiros devem desenvolver a doença neste ano e 8.230 podem morrer, quase o dobro do número registrado dez anos atrás. Os números são contestados por especialistas, que acreditam em uma incidência até dez vezes maior e em um quadro de mortalidade três vezes superior.
O principal problema continua sendo a desinformação: em geral, o brasileiro desconhece a importância da próstata, glândula do aparelho genital masculino, localizada abaixo da bexiga e na frente do reto, responsável pela produção de 30% do líquido seminal (veja quadro). Esse desconhecimento faz com que cerca de 40% dos casos de câncer sejam diagnosticados em fase avançada, geralmente a partir dos 60 anos, reduzindo as chances de cura.
O tratamento mais utilizado é a cirurgia, que retira a glândula e as vesículas seminais, tentando preservar os nervos responsáveis pela ereção. Em casos iniciais, quando as células cancerígenas ainda estão restritas à próstata, a expectativa de cura chega a até 90% dos casos tratados.
O diagnóstico precoce é ainda a melhor forma de prevenção. Exames que avaliam o nível do PSA, antígeno prostático específico produzido pela glândula, devem ser feitos a cada um ou dois anos, dependendo da avaliação médica, a partir dos 50 anos. Caso haja antecedentes na família, essa exigência cai para 40 anos.
Por mais indesejado que seja, o toque retal é indispensável. É ele que permite avaliar o tamanho da glândula, sua consistência e mobilidade. Vale lembrar que até 30% dos casos de câncer de próstata podem apresentar níveis normais de PSA, daí a importância desse tipo de exame.
Em estado normal, a próstata apresenta tamanho e formato aproximados de uma noz, mas a glândula também está sujeita ao crescimento benigno em até 90% dos homens a partir dos 40 anos, como parte do processo de envelhecimento. "As causas do crescimento não são bem conhecidas, mas sabe-se que ele é três vezes mais comum em homens cujos pais enfrentaram o problema", explica Miguel Srougi, 56, professor de urologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em apenas um terço dos casos, o aumento torna-se inconveniente e prejudica a qualidade de vida. Ao crescer, a glândula pode comprimir a uretra e estreitar a saída da bexiga, reduzindo o fluxo da urina. Para vencer a obstrução, a bexiga tem de fazer um "esforço", trazendo riscos de infecções. Mas apenas cerca de 10% dos casos exigem uma cirurgia de próstata. A maioria dos pacientes é tratada com medicamentos. O crescimento benigno da glândula não tem nenhuma relação com o câncer de próstata.
Quando a próstata cresce
Problemas à vista
- Demora para urinar
- Gotejamento no final da micção
- Jatos interrompidos
- Acordar mais de duas vezes para urinar
- Urgência de ir ao banheiro
- Sangue na urina (raro)
Fatores de risco
- Idade (a partir dos 50 anos)
- Antecedente familiar (pai ou irmão aumentam de duas a cinco vezes as chances)
- Alimentação gordurosa pode influenciar
Fontes: Ademar Lopes (Hospital do Câncer) e Miguel Srougi (Unifesp)
O jato urinário já não tem mais aquela força, as gotinhas demoram para acabar, a noite se divide entre a cama e o banheiro? Ligue o pisca-alerta. O histórico dos problemas de próstata revela que não se deve chegar à fase de ter que ficar sentado, esperando a urina chegar, para procurar um médico.
Um em cada quatro brasileiros a partir dos 50 anos vai enfrentar problemas na próstata, afirma Ademar Lopes, 56, chefe do departamento de cirurgia pélvica do Hospital do Câncer. Na faixa dos 80, a incidência sobe a 50%. Para aliviar o estresse masculino, porém, é bom dizer que nem tudo se resume ao câncer, embora ele seja o que mais assusta.
Pelas estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), 35.240 brasileiros devem desenvolver a doença neste ano e 8.230 podem morrer, quase o dobro do número registrado dez anos atrás. Os números são contestados por especialistas, que acreditam em uma incidência até dez vezes maior e em um quadro de mortalidade três vezes superior.
O principal problema continua sendo a desinformação: em geral, o brasileiro desconhece a importância da próstata, glândula do aparelho genital masculino, localizada abaixo da bexiga e na frente do reto, responsável pela produção de 30% do líquido seminal (veja quadro). Esse desconhecimento faz com que cerca de 40% dos casos de câncer sejam diagnosticados em fase avançada, geralmente a partir dos 60 anos, reduzindo as chances de cura.
O tratamento mais utilizado é a cirurgia, que retira a glândula e as vesículas seminais, tentando preservar os nervos responsáveis pela ereção. Em casos iniciais, quando as células cancerígenas ainda estão restritas à próstata, a expectativa de cura chega a até 90% dos casos tratados.
O diagnóstico precoce é ainda a melhor forma de prevenção. Exames que avaliam o nível do PSA, antígeno prostático específico produzido pela glândula, devem ser feitos a cada um ou dois anos, dependendo da avaliação médica, a partir dos 50 anos. Caso haja antecedentes na família, essa exigência cai para 40 anos.
Por mais indesejado que seja, o toque retal é indispensável. É ele que permite avaliar o tamanho da glândula, sua consistência e mobilidade. Vale lembrar que até 30% dos casos de câncer de próstata podem apresentar níveis normais de PSA, daí a importância desse tipo de exame.
Em estado normal, a próstata apresenta tamanho e formato aproximados de uma noz, mas a glândula também está sujeita ao crescimento benigno em até 90% dos homens a partir dos 40 anos, como parte do processo de envelhecimento. "As causas do crescimento não são bem conhecidas, mas sabe-se que ele é três vezes mais comum em homens cujos pais enfrentaram o problema", explica Miguel Srougi, 56, professor de urologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em apenas um terço dos casos, o aumento torna-se inconveniente e prejudica a qualidade de vida. Ao crescer, a glândula pode comprimir a uretra e estreitar a saída da bexiga, reduzindo o fluxo da urina. Para vencer a obstrução, a bexiga tem de fazer um "esforço", trazendo riscos de infecções. Mas apenas cerca de 10% dos casos exigem uma cirurgia de próstata. A maioria dos pacientes é tratada com medicamentos. O crescimento benigno da glândula não tem nenhuma relação com o câncer de próstata.
Quando a próstata cresce
Problemas à vista
- Demora para urinar
- Gotejamento no final da micção
- Jatos interrompidos
- Acordar mais de duas vezes para urinar
- Urgência de ir ao banheiro
- Sangue na urina (raro)
Fatores de risco
- Idade (a partir dos 50 anos)
- Antecedente familiar (pai ou irmão aumentam de duas a cinco vezes as chances)
- Alimentação gordurosa pode influenciar
Fontes: Ademar Lopes (Hospital do Câncer) e Miguel Srougi (Unifesp)
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