terça-feira, 5 de agosto de 2008

Manual de cuidados domiciliares na terceira idade


Guia prático para cuidadores informais
Alimentação enteral (por sonda)
A alimentação enteral é o fornecimento de alimentos na forma líquida, que através de um "tubinho" caem diretamente no estomago ou intestino.
Quando a ingestão alimentar por via oral (boca) não está sendo satisfatória, ou o doente sofreu AVC (derrame), realizou alguma cirurgia na boca, no estômago, intestino ou necessita de um aporte nutricional maior devido a outras doenças, ocorre a necessidade de suplementação através de dietas específicas ou seja dieta enteral (ALIMENTAÇÃO POR SONDA).
Há casos em que o paciente permanece com alimentação mista, ou seja, alimentação por via oral e por sonda. Neste caso, a alimentação por sonda é indicada para completar a alimentação por boca quando o paciente apresenta ingestão alimentar reduzida. Este tipo de alimentação deverá ser fornecida somente com autorização do médico ou nutricionista.
A alimentação enteral é utilizada também para :evitar perda de peso, má cicatrização de feridas, diarréia, obstipação, vômitos; para preparar o organismo para tratamentos como: cirurgias, quimioterapia, radioterapia e diálise, entre outros.
A sonda deverá ser passada pela equipe de Enfermagem e a dieta deverá ser prescrita pela Nutricionista. A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, sempre tendo o cuidado de não puxar a sonda. Nas áreas de contato com a pele deve-se utilizar micropore; os locais de fixação devem ser constantemente trocados, para evitar feridas na pele ou alergias.

Fixação da sonda enteral

Sonda enteral
Há dois tipos de nutrição enteral (o que influencia na forma de preparo e armazenamento da dieta): caseira ou artesanal (é preparada em casa com alimentos naturais, e a industrializada(a dieta já está pronta para o consumo e o custo é maior que a preparada em casa).
As dietas caseiras deverão ter consistência líquida (solução liquidificada e coada) e a validade será de 12 horas após o preparo. As dietas industrializadas possuem maior tempo de validade (geralmente 24 horas) e maior custo.
A nutrição enteral é líquida e o fornecimento é feito diretamente no tubo digestivo, sem depender do apetite e da colaboração do paciente.
Os materiais necessários para a nutrição enteral são:
1 - Sonda jejunal
2 - Sonda simples
3 - Frasco descartável - recipiente utilizado para infundir a alimentação e água
4 - Equipo descartável
5 - Seringa descartável (20 ml)

Kit para dieta enteral
Alguns cuidados são importantes na infusão da dieta enteral, tais como:
  • Manter o paciente sentado ou com travesseiros nas costas formando um ângulo de no mínimo de 15 graus para receber a dieta, nunca deitado para evitar vômitos e aspiração da dieta para os pulmões (o que é muito perigoso); o paciente deverá ser mantido em decúbito elevado durante toda a infusão da dieta e 30 minutos após o término;
  • Infundir a dieta lentamente por gotejamento (através de frasco acoplado ao equipo) gota a gota (é como se fosse uma torneira quebrada que pinga lentamente) para evitar diarréia, distensão abdominal, vômitos e má absorção. Para facilitar a descida da dieta, o frasco pode ser pendurado em ganchos, prego ou suporte de vasos.
  • Fracionar a dieta durante o dia (de acordo com orientação da Nutricionista);
  • O volume em cada horário, não deve ultrapassar de 350ml.
  • Infundir água filtrada e fervida (que deverá ser fornecida em temperatura ambiente) nos intervalos entre os horários da dieta - quantidade a ser definida pelo Médico ou pela Nutricionista – através da seringa ou colocada no frasco descartável;
  • Após administrar cada frasco da dieta, passar pela sonda cerca de 20ml de água filtrada e fervida, para evitar acúmulo de resíduos e entupimento da mesma;
  • Manter a sonda fechada quando não estiver em uso;
  • Após o preparo a dieta caseira, esta deverá ser guardada na geladeira e retirar somente a quantidade que for utilizar 30 minutos do horário estabelecido. A dieta portanto, deverá ser oferecida ao paciente em temperatura ambiente.
  • Não aquecer a dieta em banho-maria ou em microondas.
  • Caso o paciente puxe a sonda (ou ocorra um acidente na mobilização ) e esta saia "para fora", não tente recolocá-la. Lave-a com água e sabão e guarde-a em lugar seco e limpo, pois ela pode ser reutilizada.
  • Dependendo do tipo de sonda enteral ela pode ser utilizada por até 6 meses, desde que não obstrua ou fure ou vaze.

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