quarta-feira, 13 de agosto de 2008

RINITE ALÉRGICA




A rinite alérgica é a manifestação mais comum dentre as doenças alérgicas. É uma doença crônica que pode surgir pela primeira vez em qualquer idade. Cerca de 10% da população mundial apresentam sintomas atribuíveis à mesma, porém é claro, que fatores climáticos e geográficos irão influenciar na sua incidência. Ambos os sexos são afetados na mesma freqüência, e se não tratada pode persistir por vários anos, causando bastante incômodos com faltas ao trabalho ou aulas e má qualidade de vida.

DIAGNÓSTICO :

SINTOMAS:

O diagnóstico é basicamente clínico, com associação de vários dos seguintes sintomas: salvas de espirros, coriza clara abundante, obstrução nasal e intenso prurido no nariz e nos olhos.

Tosse esta presente sempre que ocorre uma descarga pós-nasal de secreção no rinofaringe. Muitas vezes os sintomas que predominam são os oculares, com bastante coceira nos olhos além de vermelhidão e fotofobia.

Tais sintomas podem ocorrer apenas em determinadas épocas do ano(Rinite Alérgica Sazonal) em pessoas com alergia ao pólen de flores ou gramínias, ou estão presentes durante todo o ano (Rinite Alérgica Perene)quando a sensibilidade é devido a alergenos perenes como ácaros da poeira, ou ainda podemos ter uma associação das duas formas clínicas.

Variações diurnas na intensidade dos sintomas sugerem como causa alergenos intradomiciliares, e quando existe melhora nos fins de semanas, estamos diante de uma provável alergia ocupacional.

Ataques muito intensos, em geral são acompanhado de sintomas gerais, tais como: fraqueza, mal-estar, e muitas vezes cansaço muscular após longos períodos de espirros, não existindo nesses casos a presença de febre, o que sugeriria causa viral (Gripe)para esses sintomas.

SINAIS CLÍNICOS:

Características faciais típicas estão presentes em um grande número de portadores de rinite alérgica, tais como: olheiras, prega nasal horizontal(causada pelo freqüente hábito de coçar a narina com movimento para cima "saudação alérgica"), protusão do maxilar(face adenoidiana),entre outras.

O exame físico completo deve incluir a Rinoscopia Anterior, que mostra principalmente uma mucosa nasal pálida com abundante secreção clara, quando a rinite alérgica não apresenta complicações.

Em casos mais raros existirá a necessidade da colaboração de um otorrinolaringologista para a realização de um exame chamado Nasofibroscopia no intuito de melhor avaliar as fossas nasais.

EXAMES LABORATORIAIS:

Exames radiológicos e laboratoriais podem ajudar na confirmação do diagnóstico e/ou descartar a existência de complicações(sinusite e otite média).

Téstes Alérgicos ,Dosagem de IgE total, IgE específica para alergenos habituais(RAST),e Testes de Provocação Nasal poderão ser usados para confirmação do diagnóstico.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:

Várias doenças podem ser confundidas com a rinite alérgica,e portanto o diagnóstico diferencial é de fundamental importancia para um tratamento bem sucedido.

Deverão ser descartadas, entre outras as seguintes doenças: Rinite Vasomotora, Rinite Hormonal (hipotireoidismo, gestação e uso de anticoncepcionais),Rinite Medicamentosa(pelo uso contínuo de vasoconstritores nasais),tumores, ou alterações anatômicas, tais como desvio de septo, hipertrofia de adenóides, etc.

TRATAMENTO:

CONTROLE AMBIENTAL:

A prática do controle ambiental visa eliminar os fatores desencadeantes, o que é relativamente fácil com animais, muito difícil com poeiras e fungos e impossível com os pólens.

Nessas medidas de controle ambiental, deve o médico despender boa parte do tempo de consulta, pois certamente é um dos pontos mais importantes do tratamento.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:

Anti-histamínicos sistêmicos são os medicamentos de eleição no tratamento da rinite alérgica. Novos anti-histamínicos não possuem os efeitos secundários importantes que existiam com esse grupo de medicamentos no passado.

Anti-histamínicos tópicos para uso intranasal têm se mostrado bastante úteis na prevenção de sintomas moderados à leves de rinite, apresentando baixa toxidade possibilitando maior segurança em grupo especiais de pessoas como nas grávidas.

Descongestionantes nasais fornecidos por via oral associado ou não à anti-histamínicos também podem ser úteis. Gotas oculares de simpaticomiméticos e anti-histamínicos ajudam no controle da conjuntivite alérgica.

Cromona administrado em "spray" nasal ou conjuntival 3 ou 4 vezes ao dia é benéfica e virtualmente livre de toxidade à curto e longo prazo.

Anticolinérgicos têm indicação na rinite vasomotora, mostrando bons resultados quando existe coriza importante, porém pode ser um bom coadjuvante no tratamento da rinite alérgica.

Corticosteróides Tópicos têm exelente ação sobre a mucosa nasal, nas rinites alérgicas e não alérgicas.O paciente submetido a esse tratamento deve ser avaliado sistematicamente, para prevenção de alguns efeitos colaterais raros com o uso dos mesmos.

Corticosteróides Sistêmicos são reservados para o tratamento das crises, quando houver insucesso de outras manobras terapêuticas, tomando-se sempre o cuidado de não menosprezar as contra-indicações e orientar o paciente a não usar por conta própria a medicação.

IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA (VACINAS):

Podemos lançar mão da imunoterapia(Vacinas),naquelas pessoas que não têm seus sintomas controlados, mesmo com um controle ambiental bem feito e em uso de correto tratamento medicamentoso.,e que portanto apresentam sintomas intensos e duradouros com má qualidade de vida.

É imprescindível que este tratamento seja seguido por um especialista, que deverá confirmar o envolvimento de antígenos como ácaros e fungos do ar, como importantes desencadeantes dos sintomas no paciente em particular.

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