segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pará é o 5º com mais câncer de pênis

YÁSKARA CAVALCANTE
Da Redação

Os homens brasileiros vivem cerca de sete anos a menos que as mulheres. E o principal motivo para que os números sejam comprovados se deve a falta de cuidados com a saúde, principalmente quando o assunto são as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), que atingem boa parcela da população masculina, que é apontada como a principal fonte de contaminação das parceiras, embora nem sempre os sintomas se manifestem. Assim, recente levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que o Pará está entre os cinco estados que registram mais casos de tumor peniano no país, doença que acomete pelo menos mil brasileiros por ano.

O principal motivo para que as cirurgias de amputação de pênis aconteçam é o câncer, cuja maior incidência está em São Paulo, com 24,26% dos casos. O Pará, no entanto, aparece como o quinto estado a registrar mais casos da doença, cerca de 7%. O estado só perde para Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará e São Paulo. Juntos, estes cinco estados somam mais de 60% dos casos, sendo que as regiões Norte e Nordeste, juntas, são as que apresentam o maior número de doentes.

A cada ano, segundo o presidente da SBU, o urologista Modesto Jacobino, cerca de 900 amputações penianas são realizadas no Brasil, o que tem preocupado especialistas, já que, de acordo com o médico, a incidência anual da doença não diminui há pelo menos sete anos.

O doutor Modesto critica a falta de políticas públicas para lidar com a saúde do homem e conta que no último dia 10, um projeto de lei do senador Tião Viana (PT/AC) foi sancionado pelo presidente Lula para incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) programas de apoio à saúde masculina, através da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, já aprovada pelo Ministério da Saúde.

Amputações

Referência no atendimento de portadores de câncer de pênis, o Hospital Ofir Loyola (HOL) realizou, entre 2009 e o primeiro semestre deste ano, 38 cirurgias de amputação peniana. Todas por causa do câncer, doença que é tratada por equipe miltidisciplinar, composta por assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos, que compõem a seção de Urologia do HOL, onde cerca de 45 pacientes são atendidos todos os dias.

O urooncologista Ricardo Rocha, médico do Ofir Loyola, diz que a quantidade de portadores de câncer de pênis no Pará é grande. Segundo ele, o hospital realiza, em média, seis cirurgias por mês, o que preocupa os especialistas. "Infelizmente, a prevalência do câncer de pênis no Pará é muito alta. Somos um dos estados mais afetados por esta doença maligna. E isso se traduz em um número elevado de amputações", observa o médico, que diz que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), aproximadamente cinco mil novos casos da doença deverão surgir ainda este ano em todo o Brasil.

O doutor Ricardo explica que a amputação peniana é uma cirurgia mutilante, pois traz graves consequências psicológicas aos pacientes, que além do câncer - responsável por 90% das amputações no Pará -, ainda têm de conviver com outros traumas, entre eles infecções com necrose peniana, lesões resultantes de crimes passionais e até mesmo a auto-amputação, registrada no caso de portadores de síndromes psiquiátricas.

A amputação, esclarece o médico paraense, pode ser parcial, onde um coto do pênis saudável é deixado. "Após a anestesia, raquidiana ou peridural, é necessário retirar uma margem de pelo menos um centímetro de tecido sadio abaixo do câncer. E dependendo da extensão do tumor, pode ser realizada a amputação peniana parcial, onde um coto de pênis saudável, com cerca de quatro centímetros, é deixado. Quando o tumor é muito extenso, é necessário amputar totalmente o pênis, onde a abertura da uretra é transferida para a região perineal, entre o ânus e a bolsa testicular", explica o doutor Ricardo.

Além das sequelas psicológicas, já que a autoestima fica quase totalmente comprometida, a falta da libido também é enfrentada pelos pacientes que passam por uma cirurgia peniana, que, dependendo do grau, impossibilita definitivamente a vida sexual masculina. "Existem casos em que é retirada a glande e se preserva cotos de seis a oito centímetros de pênis. E pacientes assim, conseguem ter ereção e até mesmo a penetração vaginal. Já as amputações totais não permitem o retorno a vida sexual com penetração", observa o médico. (Y. C.)

DST

O câncer de pênis está diretamente ligado a falta de higiene masculina. Por isso, médicos alertam e orientam a turma masculina a não esquecer de lavar o pênis com água corrente e sabão a cada ejaculação. Sem falar que o autoexame deve ser feito sempre que possível. O papilomavírus (HPV) é uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) mais frequentes no Brasil, um dos grandes vilões do câncer peniano.
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