Por Mondarto
HIV Remédios contra Aids podem causar envelhecimento precocePesquisadores britânicos descobriram que um tipo de medicamento genérico usado para tratamento do HIV na África e em outras regiões pobres do planeta pode causar envelhecimento precoce e doenças relacionadas com idade avançada, como problemas cardíacos e demência.
No estudo publicado no jornal Nature Genetics, os cientistas afirmam que os remédios, conhecidos como inibidores da transcriptase reversa (NRTIs, em inglês), causam danos ao DNA na mitocôndria do paciente, popularmente as “baterias” que dão força para as células.
Os cientistas disseram ser improvável que os mais recentes coquetéis de remédios contra a Aids poderiam causar níveis similares de danos, já que se acredita que eles sejam menos tóxicos para as mitocôndrias. Mas, como leva algum tempo para que esses efeitos colaterais fiquem aparentes, há uma interrogação sobre o futuro e para descobrir e se ter certeza se essas novas drogas vão causar ou não este tipo de problema novas pesquisas serão necessárias.
As descobertas ajudam a explicar porque pessoas com HIV quando são tratadas com os medicamentos antigos contra a AIDS mostram, em alguns casos, sinais avançados de fragilidade e doenças como problemas cardíacos e demência enquanto jovens, dizem os pesquisadores.
Os remédios NRTI — sendo o mais conhecido o AZT, também chamado de zidovudine e criado originalmente pelo laboratório farmacêutico GSK — foram um grande avanço no tratamento do HIV quando surgiram no final da década de 1980. Eles aumentaram a vida dos pacientes e ajudaram a tornar o HIV uma doença crônica com gerenciamento possível em vez de uma sentença de morte.
Preocupações sobre o nível tóxico dos NRTIs, especialmente em uso de longo prazo, culminaram com uma utilização menor em países ricos, onde foram substituídos por remédios mais caros e com efeitos colaterais menores.
Mas, em países pobres, onde o acesso aos medicamentos genéricos é, normalmente, a única maneira que os pacientes têm de HIV receber tratamento, os NRTIs ainda são usados de maneira generalizada.
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