Estudo do MS aponta preconceito e falta de acesso a serviços de saúde como principais causas
Alan Rodrigues
O preconceito e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde são as principais causas do diagnóstico tardio do HIV-Aids no Brasil. A conclusão é do estudo “UNGASS: resposta brasileira à epidemia de Aids 2005-2007”, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS). Dados do ministério comprovam que 97,2% dos pacientes que fazem uso dos medicamentos oferecidos de graça pelo sistema de saúde continuam vivos após um ano de tratamento e 91% mantêm a sobrevida até quatro anos de medicação. O diagnóstico tardio, por sua vez, contribui para elevar a mortalidade dos soropositivos.
De 2003 a 2006, 43,7% das pessoas acima de 15 anos que vivem com HIV (50.393 pacientes) chegaram ao serviço de diagnóstico apresentando deficiência imunológica e sintomas da Aids. Desse total, 14.462 (28,7%) acabaram morrendo no início do tratamento.
Para a diretora do programa nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o diagnóstico tardio reflete a dificuldade de acesso aos testes de verificação do vírus e à “falta de percepção da população, que não busca o teste HIV espontaneamente”. Ela também acredita que o estigma e a discriminação que cercam o portador do HIV, associados a desigualdades regionais e aos níveis de pobreza da população influenciam os números apresentados.
Mais testes - Apesar da resistência da população em se submeter ao diagnóstico, o Ministério da Saúde festeja a ampliação do acesso aos testes rápidos, que possibilitam o diagnóstico imediato. Os exames desse tipo saltaram de 510 mil em 2005 para mais de um milhão no ano passado. Números de 2006 também registram o alcance de 94,8% (182.252) do universo de pacientes soropositivos (194.336) ao tratamento anti-retroviral, fornecido gratuitamente pelo governo federal. Para isso contribuíram a elevação da verba destinada ao programa de DST/Aids, que atingiu 3% do orçamento total do ministério, somando R$1,3 bilhão em 2007.
Alguns estados também aumentaram suas contribuições além do previsto na política de incentivo e colaboraram para ampliar o atendimento aos portadores do HIV. Entre eles, São Paulo (R$ 5,4 milhões), Santa Catarina (R$ 2,3 milhões), Maranhão (R$ 2 milhões) e Bahia (R$ 900 mil). A queda do dólar e a quebra de patentes internacionais também possibilitaram redução de 26% nos gastos com medicamentos, de R$ 960 milhões para R$710 milhões, mesmo com aumento do número de pacientes, possibilitando, inclusive, ampliar a gama de anti-retrovirais utilizados no tratamento.
Alan Rodrigues
O preconceito e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde são as principais causas do diagnóstico tardio do HIV-Aids no Brasil. A conclusão é do estudo “UNGASS: resposta brasileira à epidemia de Aids 2005-2007”, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS). Dados do ministério comprovam que 97,2% dos pacientes que fazem uso dos medicamentos oferecidos de graça pelo sistema de saúde continuam vivos após um ano de tratamento e 91% mantêm a sobrevida até quatro anos de medicação. O diagnóstico tardio, por sua vez, contribui para elevar a mortalidade dos soropositivos.
De 2003 a 2006, 43,7% das pessoas acima de 15 anos que vivem com HIV (50.393 pacientes) chegaram ao serviço de diagnóstico apresentando deficiência imunológica e sintomas da Aids. Desse total, 14.462 (28,7%) acabaram morrendo no início do tratamento.
Para a diretora do programa nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o diagnóstico tardio reflete a dificuldade de acesso aos testes de verificação do vírus e à “falta de percepção da população, que não busca o teste HIV espontaneamente”. Ela também acredita que o estigma e a discriminação que cercam o portador do HIV, associados a desigualdades regionais e aos níveis de pobreza da população influenciam os números apresentados.
Mais testes - Apesar da resistência da população em se submeter ao diagnóstico, o Ministério da Saúde festeja a ampliação do acesso aos testes rápidos, que possibilitam o diagnóstico imediato. Os exames desse tipo saltaram de 510 mil em 2005 para mais de um milhão no ano passado. Números de 2006 também registram o alcance de 94,8% (182.252) do universo de pacientes soropositivos (194.336) ao tratamento anti-retroviral, fornecido gratuitamente pelo governo federal. Para isso contribuíram a elevação da verba destinada ao programa de DST/Aids, que atingiu 3% do orçamento total do ministério, somando R$1,3 bilhão em 2007.
Alguns estados também aumentaram suas contribuições além do previsto na política de incentivo e colaboraram para ampliar o atendimento aos portadores do HIV. Entre eles, São Paulo (R$ 5,4 milhões), Santa Catarina (R$ 2,3 milhões), Maranhão (R$ 2 milhões) e Bahia (R$ 900 mil). A queda do dólar e a quebra de patentes internacionais também possibilitaram redução de 26% nos gastos com medicamentos, de R$ 960 milhões para R$710 milhões, mesmo com aumento do número de pacientes, possibilitando, inclusive, ampliar a gama de anti-retrovirais utilizados no tratamento.
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