Um índice glicêmico de 6,5% reduz em até 30% as complicações renais provocadas por tipo 2 da doença
Fabiana Cimieri, RIO
Um dos estudos mais amplos já realizados no mundo sobre diabete tipo 2 concluiu que a intensificação do tratamento para manter em 6,5% o nível de açúcar no sangue (índice glicêmico) é uma forma eficaz de reduzir em até 30% as complicações renais provocadas pela doença.
O Advance, estudo realizado pelo Instituto George for International Health, de Sydney, na Austrália, acompanhou 11 mil pacientes com a doença ao longo de cinco anos. Concluiu que uma maior dose de Glicazida - um medicamento que há mais de 20 anos é utilizado no controle de diabete no Brasil - é eficaz para que o paciente atinja o nível de 6,5% de índice glicêmico quando associada à insulina, a atividades físicas e a dieta. Em pessoas saudáveis, o porcentual é de, no máximo, 6%.
Esse índice glicêmico é medido por meio do exame de hemoglobina glicada, que dá a idéia de controle de açúcar no sangue em um período entre 60 e 90 dias. Essa medida é importante para determinar se o tratamento de diabete está sendo ou não eficaz.
As conclusões do trabalho foram apresentadas no Congresso da Sociedade Americana de Diabete (ADA, sigla em inglês), realizado no início deste mês nos Estados Unidos.
EFICÁCIA
Segundo o endocrinologista e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Bruno Geloneze, o resultado do estudo foi surpreendente porque a maioria dos médicos acreditava que não fazia diferença se o índice glicêmico fosse mantido abaixo de 7%, valor preconizado pela ADA.
“Alguns médicos desconfiavam que não houvesse benefícios, porque 7% já era um índice considerado bom. Outros achavam que era necessária a descoberta de uma nova droga para conseguir alcançá-lo”, disse Geloneze. Isso porque a Glicazida, apesar de já ser usada há anos no Brasil, não é comercializada em outros países, como os Estados Unidos.
A presidente da Sociedade Brasileira de Diabete, Marília de Brito Gomes, destaca a associação que o estudo fez do uso de Glicazida e outros medicamentos, mostrando ser significativamente eficaz para reduzir em 30% as complicações renais decorrentes da doença.
No entanto, ela faz ressalvas porque não foram encontradas reduções significativas das complicações cardiovasculares dos pacientes.
Geloneze discorda. Para ele, o trabalho acompanhou os pacientes por cinco anos, tempo estatisticamente pequeno para avaliar o comprometimento cardíaco. “A doença renal no diabético está associada a doenças cardiovasculares futuras. Logo, uma coisa está ligada à outra”, afirma o endocrinologista.
ABRANGÊNCIA
Atualmente, cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo têm diabete tipo 2, que está ligada, na maior parte dos casos, à obesidade e ao sedentarismo. A incidência é maior após os 40 anos. Esse tipo também é cerca de 8 a 10 vezes mais comum do que o tipo 1 (mais informações nesta página).
Até hoje, as pesquisas ligadas ao tema ainda não tinham estabelecido o porcentual de açúcar no sangue para a prevenção das complicações mais freqüentes da doença. Entre essas complicações estão, por exemplo, acidente vascular cerebral (AVC), cegueira, hipertensão, enfarte e comprometimento dos rins. Em casos mais graves pode haver também a necessidade de amputação de membros.
O estudo Advance teve início em 2003 e envolveu 11.140 pacientes diabéticos de alto risco em 215 centros de estudo. Em média, a idade dos pacientes era de 66 anos. Eles tinham diabete havia pelo menos oito anos.
Fabiana Cimieri, RIO
Um dos estudos mais amplos já realizados no mundo sobre diabete tipo 2 concluiu que a intensificação do tratamento para manter em 6,5% o nível de açúcar no sangue (índice glicêmico) é uma forma eficaz de reduzir em até 30% as complicações renais provocadas pela doença.
O Advance, estudo realizado pelo Instituto George for International Health, de Sydney, na Austrália, acompanhou 11 mil pacientes com a doença ao longo de cinco anos. Concluiu que uma maior dose de Glicazida - um medicamento que há mais de 20 anos é utilizado no controle de diabete no Brasil - é eficaz para que o paciente atinja o nível de 6,5% de índice glicêmico quando associada à insulina, a atividades físicas e a dieta. Em pessoas saudáveis, o porcentual é de, no máximo, 6%.
Esse índice glicêmico é medido por meio do exame de hemoglobina glicada, que dá a idéia de controle de açúcar no sangue em um período entre 60 e 90 dias. Essa medida é importante para determinar se o tratamento de diabete está sendo ou não eficaz.
As conclusões do trabalho foram apresentadas no Congresso da Sociedade Americana de Diabete (ADA, sigla em inglês), realizado no início deste mês nos Estados Unidos.
EFICÁCIA
Segundo o endocrinologista e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Bruno Geloneze, o resultado do estudo foi surpreendente porque a maioria dos médicos acreditava que não fazia diferença se o índice glicêmico fosse mantido abaixo de 7%, valor preconizado pela ADA.
“Alguns médicos desconfiavam que não houvesse benefícios, porque 7% já era um índice considerado bom. Outros achavam que era necessária a descoberta de uma nova droga para conseguir alcançá-lo”, disse Geloneze. Isso porque a Glicazida, apesar de já ser usada há anos no Brasil, não é comercializada em outros países, como os Estados Unidos.
A presidente da Sociedade Brasileira de Diabete, Marília de Brito Gomes, destaca a associação que o estudo fez do uso de Glicazida e outros medicamentos, mostrando ser significativamente eficaz para reduzir em 30% as complicações renais decorrentes da doença.
No entanto, ela faz ressalvas porque não foram encontradas reduções significativas das complicações cardiovasculares dos pacientes.
Geloneze discorda. Para ele, o trabalho acompanhou os pacientes por cinco anos, tempo estatisticamente pequeno para avaliar o comprometimento cardíaco. “A doença renal no diabético está associada a doenças cardiovasculares futuras. Logo, uma coisa está ligada à outra”, afirma o endocrinologista.
ABRANGÊNCIA
Atualmente, cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo têm diabete tipo 2, que está ligada, na maior parte dos casos, à obesidade e ao sedentarismo. A incidência é maior após os 40 anos. Esse tipo também é cerca de 8 a 10 vezes mais comum do que o tipo 1 (mais informações nesta página).
Até hoje, as pesquisas ligadas ao tema ainda não tinham estabelecido o porcentual de açúcar no sangue para a prevenção das complicações mais freqüentes da doença. Entre essas complicações estão, por exemplo, acidente vascular cerebral (AVC), cegueira, hipertensão, enfarte e comprometimento dos rins. Em casos mais graves pode haver também a necessidade de amputação de membros.
O estudo Advance teve início em 2003 e envolveu 11.140 pacientes diabéticos de alto risco em 215 centros de estudo. Em média, a idade dos pacientes era de 66 anos. Eles tinham diabete havia pelo menos oito anos.
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