MP vai fiscalizar combate à dengue

D’Luca/DN Dengue fez Carlos Eduardo Alves decretar estado de emergência em Natal Em face da atual situação de epidemia da dengue e da possibilidade que o problema se agrave ainda mais, Ministério Público Federal e Estadual se uniram para cobrar urgência nas ações do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipal quanto à doença. MPF e MPE estão em alerta com a informação divulgada pela Vigilância Epidemiológica do Município de que o ciclo da epidemia está crescendo e, portanto, é necessário que medidas sejam tomadas no intuito de conter o avanço da doença. MPF e MPE se reuniram na segunda-feira com os secretários municipal e estadual de saúde, Edmilson de Albuquerque Júnior e Adelmaro Cavalcanti, respectivamente, com o objetivo de conhecer as ações que vêm sendo adotadas pelo Município para combater a epidemia de dengue. Além disso, o Ministério Público procurou saber o que vem sendo feito para evitar que todo o atendimento às vitimas se concentre em Natal, já que o município não tem condições de atender sozinho aos pacientes de todo o RN. A preocupação de MPF e MPE se justifica pelo ato do prefeito Carlos Eduardo, que no dia 10 expediu o Decreto nº 8404 declarando situação de emergência em Natal, em virtude do aumento excepcional dos casos de dengue. A idéia da procuradora regional dos Direitos do Cidadão no RN, Caroline Maciel, e das promotoras de Saúde Iara Pinheiro e Elaine Cardoso é fiscalizar as medidas que Estado e Município estão adotando contra a dengue e garantir um atendimento adequado à população. De acordo com a procuradora Caroline Maciel, ela é responsável por analisar o apoio que o Ministério da Saúde está dando dentro do organograma planejado para conter a epidemia. ‘‘O Ministério fica responsável pelo envio dos carros-fumacê, de insumos para exames e de apoio quando os insumos do Estado são insuficientes’’, esclareceu. Segundo ela, em princípio, a atuação do Ministério da Saúde está a contento. Porém, alerta a procuradora, na execução do plano de combate à dengue, há falhas. ‘‘Estamos aguardando as providências que serão tomadas pelo Governo do Estado em relação ao decreto do Município do Natal’’, disse. A expectativa da Vigilância Epidemiológica do município, de acordo com Maciel, é de que, como em qualquer caso de epidemias, o ciclo da dengue cresça. ‘‘Devemos nos preparar. A dengue não é uma doença letal. Se alguém está morrendo, está errado. Se não há atendimento inicial na assistência, é porque houve falha. Nos colocamos como colaboradores, mas se verificarmos que houve alguma omissão, vamos tomar as medidas cabíveis’’, afirmou. MPE De acordo com a promotora da Saúde, Elaine Cardoso, o acompanhamento da dengue da promotoria é feito sistematicamente, principalmente em Natal. ‘‘A situação tem se revelado de bastante gravidade, tanto é que o prefeito reconheceu a situação de emergência. Estamos avaliando o que está sendo feito e nosso acompanhamento é para que essas medidas sejam tomadas o mais rápido possível’’, declarou. Segundo a promotora, as primeiras ações são a contratação de agentes e também de médicos. Cerca de 70 agentes e 15 pediatras, além de 24 clínicos gerais deverão ser recrutados para trabalhar contra o avanço da dengue. ‘‘A agilização na aquisição de insumos como soro e paracetamol já são atitudes que estão sendo mobilizadas pelo município, mas que precisam de urgência. Existe um ciclo em que o período de chuvas propicia o aumento da doença, então, a partir dessa atuação, é preciso um maior controle’’, explicou. Elaine Cardoso frisou ainda que a participação da comunidade, com cuidados nos focos da dengue, é de suma importância para que o trabalho dos órgãos competentes não seja em vão. ‘‘Até o momento, temos 8.500 casos de dengue no Estado contabilizados neste ano, um número que chama atenção’’, comentou. Na próxima semana, outra reunião com entre MP e secretarias para continuar o acompanhamento do problema será realizada. Na sexta-feira, MPE e MPF se reunirão às 9h para dar prosseguimento ao trabalho de fiscalização.