sexta-feira, 4 de abril de 2008

Você já ouviu falar da Síndrome do Cólon Irritável?





Dr. Alessandro Loiola
|CRMMG 30.278

Cólicas intestinais, digestão difícil acompanhada de náuseas, gases excessivos, diminuição do apetite e episódios de constipação alternados com crises de diarréia são as principais manifestações de um distúrbio complexo chamado Síndrome do Cólon Irritável (ou, simplesmente, SCI), responsável por cerca de 30-50% dos casos encaminhados ao Gastroeneterologista.

A SCI é mais comum entre pessoas de 20 a 30 anos, com um discreto predomínio de mulheres - provavelmete porque estas tendem a procurar auxílio médico mais precocemente. Cerca de 2/3 dos pacientes com SCI apresentam pelo menos uma alergia alimentar, especialmente a laticínios e grãos. A Fibromialgia, alteração caracterizada por dores musculares e sensação de cansaço persistente, costuma estar associada à SCI.

Apesar das intensas pesquisas, ainda não se sabe o que causa a SCI. Distúrbios da ansiedade, depressão, histeria, paranóia, desvios da personalidade e antecedentes de abuso na infância são fatores de risco importantes para a doença. O estresse não causa a SCI, mas pode desencadear os sintomas.

O diagnóstico é feito pelo médico a partir do quadro clínico sugestivo e da ausência de outros distúrbios que devem ser diferenciados da SCI – tais como diarréias infecciosas e doenças inflamatórias intestinais, entre outros. Não existem medicações específicas. Laxantes e tranquilizantes devem ser evitados pelo risco de dependência mas o apoio psicológico e as orientações para uma dienta mais saudável jamais devem ser menosprezados. Apesar do desconforto, felizmente, a SCI não evolui para qualquer outra doença mais grave.


Responsável Técnico:
Dr. Alessandro Loiola, MD

• Médico, especialista em Cirurgia Geral pela Santa Casa de Belo Horizonte.
• CRMMG 30.278
Staff e Membro da Comissão de Ética do Hospital Nossa Senhora Aparecida, BH.
• Membro do Conselho Consultivo Editorial de E-Biomed Brazil ( www.ebiomedbrazil.com ).
• Membro do Health Advisory Board - P/S/L Resarch Group ( www.pslresearch.com ) para conteúdo médico-científico em websites.
• Membro da AMIA – American Medical Informatics Association (www.amia.org).
• Membro da SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde
• Membro do CBTMS – Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde ( www.cbmts.com.br )
ã Copyright by Alessandro Loiola & BioInfo ä , 2001-2005. Todos os direitos reservados.

RECONSTRUÇÃO DA MAMA


Dr. Ricardo Cavalcanti

Ao escrever para esta coluna, ao invés de escolher um assunto ligado à estética ou rejuvenescimento, julguei conveniente um tema de interesse crescente e geral: o câncer de mama.

Os números de uma maneira fria apontam para uma incidência em torno de 10% de toda população feminina, que já foram, estão ou serão acometidas pelo câncer mamário. Mas, é importante e ouso dizer que a mortalidade por esta doença vem diminuindo dramaticamente, devido ao seu diagnóstico precoce através da valorização do auto-exame, o uso de equipamentos mais sensíveis e um maior entendimento da doença. Em última análise, isto significa melhor qualidade de vida.

A mama possui uma importância singular para a mulher, sua retirada total ou parcial com objetivo de tratamento, obriga as pacientes utilizarem soutiens com enchimentos (próteses externas). Estudos recentes apontam invariavelmente para uma "seqüela psicológica", a qual, considero mais grave que a própria deformidade deixada pela mastectomia. Em condições em que se faz necessário cirurgia para o câncer mamário, tenho observado um complexo conjunto de significados intimamente ligados tanto a auto-estima quanto a auto imagem-corporal, necessitando de amparo familiar diante de tal situação.

Nas últimas duas décadas pode-se verificar enormes avanços na área da cirurgia plástica, mais especificamente em técnicas reconstrutivas. Essas possibilitam a reintegração das pacientes através de reconstruções mamárias. De acordo com período em que são executadas podem ser: imediatas (no mesmo momento da mastectomia) ou tardias (via de regra 2 anos após a mastectomia). Pode-se utilizar o próprio tecido do paciente ou próteses. Minha preferência recai sempre para a utilização do próprio tecido do paciente. Assim, realiza-se a retirada de tecido do abdome transferindo-o para o tórax com objetivo de se recriar uma nova mama. Com esta técnica além de uma nova mama, existe um ganho adicional que é uma plástica abdominal. Cabe ressaltar que é possível efetuar a reparação do seio removido devolvendo a sua forma, seu contorno, e até mesmo a sensibilidade semelhantes à condição anterior.

Com desenvolvimento das reconstruções, somadas ao apoio psicoterápico tenho observado uma perfeita reintegração ao convívio social e familiar. Posso afirmar, baseado em observações, que as pessoas submetidas à reconstrução aumentam a sua auto-estima e passam a desejar componentes estéticos corporais de uma maneira muito mais exigente do que aquelas que não foram operadas.

Na atualidade, observa-se uma tendência menos mutiladora na cirurgia do câncer da mama, propiciando procedimentos mais simplificados de cirurgia plástica para restaurá-la.

Finalizando é importante que, na ausência de meios preventivos para esta doença, sejam feitas campanhas permanentes para orientação de sua detecção precoce.

Dr. Ricardo Cavalcanti
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Síndrome do Cólon Irritável está relacionada a mais de 100 doenças

Síndrome do Cólon Irritável está relacionada a mais de 100 doenças

Tratamento Ortomolecular pode evitar problemas futuros de saúde

A Síndrome do Cólon Irritável, também conhecida como Síndrome do Intestino Irritável, é a doença mais comum do sistema digestivo e pode atingir tanto o intestino grosso, quanto o delgado. Nessa disfunção, acontecem contrações musculares e movimentos intestinais irregulares, provocando um acúmulo de muco e toxinas nos intestinos. No entanto, o grave da síndrome é o fato do organismo perder a capacidade de absorver os nutrientes, principalmente os aminoácidos.

“Estima-se que um em cada cinco adultos apresenta sintomas totais ou parciais desse distúrbio”, diz o professor e médico ortomolecular, Dr. Marcos Natividade. “É uma complicação que mesmo a disfunção sendo altamente grave, não são detectadas alterações nos exames físicos nem nos da mucosa intestinal, dificultando a compreensão desta doença”, alerta.

Os sintomas mais decorrentes da Síndrome do Cólon Irritável são: intestino preso que se alterna com diarréia; dores abdominais; muco nas fezes; náusea; flatulência e intolerância a certos alimentos. Também é comum que o paciente sinta dores de cabeça muito fortes.

O tratamento ortomolecular é muito importante, pois visa repor moléculas deficientes no organismo, seja feito. Isso porque se a dificuldade na absorção dos nutrientes não for resolvida, poderá ocasionar mais de 100 tipos de doenças. Entre elas podem ser citadas artrites, doenças de pele, graves doenças dos intestinos - colite ulcerativa, diverticulites, Doença de Crohn e até mesmo pode desenvolver a intolerância à lactose.

“Nos casos mais graves, a pessoa chega até a evitar se alimentar, logo, acontece a perda de peso. Já nos pacientes que se alimentam normalmente, pode ocorrer má nutrição, pois os nutrientes não são absorvidos. Por isso, indicamos uma dieta com mais proteína, além de fibras e cereais pelo efeito limpador do trato gastrointestinal”, explica o professor e médico ortomolecular. “Além do tratamento ortomolecular, o paciente também deve fazer uso de alimentos que contenham Ômega 3, ingerir cálcio e magnésio e usar ervas como alfafa e aloe vera. A ingestão de alho também pode ser aliada ao tratamento, por sua ação contra bactérias e fungos, uma das causas da síndrome.”

Dr. Marcos Natividade é médico graduado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (Uberaba - MG). Fez residência em Cardiologia no Hospital das Forças Armadas (Brasília - DF) e é especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia. É pós-graduado em Terapia Ortomolecular no Curso de Medicina Ortomolecular pelo IBEHE – FACYS. É pós-graduado em Homeopatia pelo Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos. É membro da Associação Médica Brasileira de Oxidologia (AMBO) e professor do curso de pós-graduação em Ortomolecular ministrado pela FAPES (Fundação de Apoio e Pesquisas na Área de Saúde). Autor de quatro livros: "Noções de Medicina Ortomolecular", "Saúde Ortomolecular", "Estética e Saúde" e "Ortomolecular: prevenção e qualidade de vida". www.marcosnatividade.com.br

Flöter&Schauff Assessoria de Comunicação


TPM: Guia para sobreviventes




Dr. Alessandro Loiola
|CRMMG 30.278


Muitos pesquisadores consideram a Tensão Pré-Menstrual, ou TPM, um evento fisiológico absolutamente normal. Do mesmo nível que acessos de riso, flatulências em público e homens que não cortam as unhas dos pés. É óbvio que estes pesquisadores devem ser solteiros, moram em gaiolas e não tem a menor idéia do que estão falando.

A TPM afeta até 80% as mulheres em algum momento de suas vidas, sendo mais comum entre os 20 e 30 anos de idade. Em cerca de 5% dos casos, os sintomas são graves o suficiente para incapacitar completamente a pobre durante a crise. E isso não tem nada de fisiológico.

A lista de sintomas da TPM possui mais de 150 itens, sendo os principais: cólicas abdominais (causadas pela contração do útero), fadiga, urticária, irritabilidade, isolamento social, depressão, ansiedade, insônia, baixa auto-estima, dores para todo lado, diminuição do desejo sexual, hiperreatividade emocional (briga com filhos, marido, cabelo, geladeira, esmalte, meia-calça...), problemas de memória, dificuldade de concentração, incapacidade para terminar tarefas, náuseas e alterações do apetite.

Não se sabe a causa exata da TPM. Alguns sugerem que a síndrome esteja relacionada a uma sensibilidade anormal aos níveis de progesterona liberados durante a segunda metade do ciclo menstrual. Um dos efeitos desta supersensibilidade seria a redução dos níveis serotonina, um neurotransmissor envolvido no controle do humor.

De fato, boa parte das manifestações da TPM está relacionada às alterações nos níveis de estrogênio e progesterona, que começam a ocorrer uma ou duas semanas antes de chegada da menstruação. Outros fatores hormonais, nutricionais e afetivos também participam da entorna do caldo.

Algumas mulheres sofrem de TPM a vida inteira, outras nunca, algumas nem percebem. Se você acha que tem sorte e a TPM ainda não lhe pegou, tenho uma notícia: lembra aquele dia em que você percebeu no almoço que havia saído cedo de casa com a blusa virada de frente para trás? E apenas no final da tarde se deu conta que havia consertado colocando do lado avesso? Era ela. A bendita. A TPM.

E quando você começou a pensar que o homem perfeito não era alto, moreno e sexy, mas qualquer um que viesse cego, amordaçado e de preferência em chamas ou com alguma doença terminal? Pois olha aí. Ela de novo.

Dizem que principal diferença entre um grupo de terroristas e um grupo de mulheres com TPM é que você pode negociar com o primeiro. Pessoalmente, eu não acredito nisso. Alguns terroristas não são perigosos desse jeito. Em todo caso, para ajudar a controlar a TPM e evitar acidentes com armas biológicas no futuro, recomendo que você considere as seguintes dicas:

- Siga uma alimentação saudável. Uma dieta balanceada, pobre em sal e rica em nutrientes naturais, oferece ao corpo os elementos certos para reduzir os sintomas, a retenção de líquidos, a fadiga e as cólicas. Mas nada de extremos: permita-se um mimo e compre 2 ou 3 bombons.

- Faça exercícios! Atividades aeróbicas aliviam o estresse e aumentam os níveis de endorfinas e outros hormônios com propriedades relaxantes. O efeito é melhor quando os exercícios são realizados regularmente, e não apenas quando aquele espírito homicida ameaça tomar conta do seu corpo.

- Largue esta praga chamada cigarro. Além de aumentar seu risco para uma infinidade de desgraças, o cigarro também acentua os sintomas da TPM.

- Converse com seu médico a respeito de suplementos naturais. O cálcio é capaz de reduzir os gases, a depressão e as dores em algumas mulheres. O magnésio é útil nos casos de TPM associada à enxaqueca, mas não deve ser utilizado por pessoas com problemas renais. A associação de magnésio com piridoxina (vitamina B6) pode ser empregada para reduzir a ansiedade associada a TPM. O Vitex (Vitex agnus castus) é um fitoterápico muito popular que reduz as dores nas mamas, as alterações de humor e a constipação intestinal na TPM.

- Mantenha um bom padrão de sono, diminuindo a quantidade de café e açúcar à noite. E nada de bebidas alcoólicas durante o período.

- Se você estiver no pequeno grupo de mulheres que se tornam inválidas durante a TPM, verifique com seu médico a possibilidade de utilizar medicamentos mais específicos para o problema. Eles existem e incluem antidepressivos, diuréticos e antiinflamatórios não-hormonais.

Responsável Técnico: Dr. Alessandro Loiola, MD

• Médico, especialista em Cirurgia Geral pela Santa Casa de Belo Horizonte.
• CRMMG 30.278
Staff e Membro da Comissão de Ética do Hospital Nossa Senhora Aparecida, BH.
• Membro do Conselho Consultivo Editorial de E-Biomed Brazil ( www.ebiomedbrazil.com ).
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ABORTO



I - ABORTAMENTO

Define-se abortamento como sendo a perda gestacional que ocorre até 20/22 semanas (ou peso fetal de 500g). Abortamento espontâneo ocorre em cerca de 10 a 15% de todas as gestações sendo, muitas vezes, ocorrência de primeira gravidez. Isto geralmente propicia alto grau de insegurança, tanto para a gestante como para os familiares. Mas se seguido de gravidez normal, não requer, em princípio, maiores cuidados. A ocorrência de dois abortamentos, repetidamente, é bem menor: cerca de 1%; três ou mais abortamentos sucessivos determinam o "abortamento habitual". Neste caso, o risco de novos abortamentos para o casal aumenta, embora a incidência exata não seja determinada.

Causas de abortamento:
  • 1. Anomalias dos cromossomos presentes nas células humanas (50 a 60% dos abortos espontâneos até as 12 semanas:
  • normais = 46XY (sexo masc.) ou 46XX (sexo fem.), isto é, 23 pares de cromossomos que perfazem o gene humano, sendo que o par de cromossomos sexuais pode ser XX (sexo fem.) ou XY (masculino).
  • alterados = - trissomias - um determinado par de cromossomos na realidade éum "trio". A mais comum é a trissomia do cromossomo 21. Quando não ocorre abortamento, a gravidez evolui, sendo a criança portadora da "síndrome de Down" (ou "mongolismo")
  • triploidias - triplicação de todo o conjunto cromossômico (69XXX, 69XXY, etc.)
  • 45XO
  • tetraploidias
  • translocações e mosaicos, onde ocorre "cruzamento" entre partes cromossomiais.

2. Anomalias do "ovo":

  • Mal formações congênitas - diferem das cromossomopatias. Aquelas são muito precoces, além de apresentarem anomalias no interior das células; estas apresentam anomalias na estrutura do embrião: anencefalia, ausência de membros, hérnias diafragmáticas, imperfurações do tubo digestivo ou urinário, alterações cardíacas, alterações que causam surdez, cegueira, etc. (a lista de possíveis mal formações é tão extensa que não caberia nesta página) Duas são as causas: as puramente genéticas e as decorrentes de alterações externas como radiações, doenças infecciosas, tumorações que deformam a cavidade uterina.
  • Anomalias da placenta.
  • Anomalias do cordão umbilical.
  • Anomalias das membranas

3. Doenças ginecológicas:

  • Alterações do endométrio (camada do interior do útero que recebe o ovo para implantação) decorrentes, por exemplo, de alterações hormonais maternas que podem causar tanto esterilidade como abortamento.
  • Malformações uterinas - útero septado, útero bicorno, etc.
  • MIOMAS UTERINOS - podem determinar abortamento desde que ocupem muito o "espaço" do embrião em virtude da deformidade uterina. Cerca de 40% dos miomas ocasionam abortamento (embora apenas uma pequena parte dos abortamentos tenha como causa o mioma uterino). Os outros 60% "convivem" com a gravidez, podendo causar diversos tipos de complicações ou eventualmente até cursar com gravidez "normal".


4. Incompetência istmocervical:


É nome complicado que designa dilatação anormal do colo uterino; ocorre perda do ovo por impossibilidade de retenção.


5. Doenças maternas graves. Para citar somente algumas:

  • desnutrição grave
  • anemias graves
  • grandes obesidades
  • diabete melito muito descompensado
  • hipertensão arterial grave
  • cardiopatias descompensadas
  • infecções. É importante lembrar que a rubéola e a toxoplasmose causam complicações somente uma gravidez. As gravidezes seguintes não são afetadas por estas infecções.


6. Idade materna:

Causa indireta. Acima dos 35 anos é maior o risco de anomalias cromossômicas, particularmente a trissomia do cromossomo 21.


7. Outras causas:


Condições geralmente evocadas por algumas pacientes, como carregar peso, emoções e sustos, coito, etc. não são causa de abortamento (veja, por exemplo, jogadoras profissionais de basquete, vôlei, nadadoras, etc.). Nem mesmo traumatismos ou intervenções cirúrgicas são assim considerados.

Quando a causa é evidente (como doença materna grave) ou mais ou menos evidente (como a incompetência istmocervical), fica fácil fazer o diagnóstico. A presença de mioma uterino faz suspeitar que esta tenha sido realmente a causa, embora isto não seja totalmente conclusivo, principalmente pela ausência de cólicas e pela evolução para aborto retido (sem eliminação do embrião).

Em relação ao embrião, o diagnóstico não deve ter sido exatamente o exame do DNA. Se o material estudado foi o colhido do aborto, o resultado do estudo genético pode ser duvidoso (a não ser que seja francamente positivo). Além disso, o material resultante de aborto não permite o diagnóstico de mal formações.

Portanto, começa a ficar claro que o diagnóstico da causa é muito difícil. Mesmo com pré-natal muito bem feito, o abortamento acaba surpreendendo tanto a mãe quanto o obstetra. Outro conceito importante é o de que, uma vez desencadeado, o abortamento segue curso próprio: a gravidez pode evoluir normalmente (ficando o diagnóstico de "ameaça de aborto") ou pode ocorrer a perda embrionária (abortamento incompleto ou aborto retido), independentemente dos medicamentos administrados (o dactil, como antiespasmódico, é utilizado para aliviar a dor; a progesterona tem várias funções, agindo diretamente sobre o útero).

Um diagnóstico importante é o que procura pela síndrome de Down, através de estudo citogenético realizado durante a gravidez: biópsia de vilocorial (isto é, da placenta em início de formação), amniocentese (colheita de líquido amniótico por punção abdominal) e cordocentese (punção do cordão umbilical), que identifica os cromossomos embrionários, seu número e sua forma. É indicado em mulheres (ou cujos maridos) portadoras, elas mesmas, de anomalias cromossômicas ou que já tiveram criança com síndrome de Down. Indica-se também em mulheres cuja idade é considerada de alto risco para o aparecimento desta síndrome: acima dos 35 anos (ou 40 anos, segundo alguns autores).

Para a população de grávidas que não se enquadram nos critérios acima existe teste bioquímico triplo ou "Triteste", que é realizado por alguns laboratórios e consiste na dosagem sangüínea materna de três substâncias: alfafetoproteína, estriol e gonadotrofina coriônica. Este teste é realizado entre 15 e 20 semanas de gestação e serve como rastreamento inicial. Ainda não é rotina na maioria dos pré-natais, talvez pelo custo relativamente elevado.

II - MIOMA UTERINO

Os miomas uterinos tendem a aumentar durante a gravidez, pois são estimulados pelos níveis elevados de hormônios deste período. Após a gravidez, tendem a regredir, embora possam jamais desaparecer por completo.

Não existe tratamento clínico, embora tentativas sejam feitas com determinados tipos de hormônio. O único tratamento é o cirúrgico, com retirada somente do mioma, quando possível, ou de todo o útero, quando necessário. Somente necessitam de cirurgia as mulheres com sintomas acentuados: hemorragias intensas e cólicas intratáveis. As demais podem conviver muitíssimo bem com seus miomas, até que sobrevenha a menopausa, quando os miomas tendem a "murchar".

A ocorrência de mioma juntamente com a gravidez é comum (veja acima). Não se pode estabelecer com exatidão o risco. Não parece provável que mioma de 6, 7 ou até 10 cm, mesmo que intramural, possa determinar aborto retido. O mais provável é que a gravidez acabe evoluindo naturalmente, mesmo que apareçam cólicas.

O melhor intervalo entre duas gestações é de dois anos; após abortamento, desde que a mãe esteja em boas condições nutricionais, período mínimo de seis meses é indicado.

Dr. Irineu Wajntraub - Ginecologista e Obstetra - São Paulo - SP

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