Plantão | Publicada em 22/07/2008 às 06h17m
BBC
A planta do tabaco, matéria-prima da substância responsável por milhões de casos de câncer, pode oferecer uma vacina para tratar uma das formas da doença, sugere um estudo da Universidade de Stanford, no Estado americano da Califórnia.
Os pesquisadores usaram a planta para como "fábrica" - ou incubadora - de um anticorpo químico capaz de combater linfoma folicular de célula-B, um tipo de câncer do grupo de linfomas não-Hodgkin.
As células deste tipo de câncer possuem uma característica peculiar: se reproduzem criando clones idênticos que carregam o mesmo anticorpo na sua superfície exterior. Essa "marca" é peculiar a este tipo de câncer e não é encontrada em células saudáveis.
A estratégia da vacina criada a partir da folha do tabaco é injetar os anticorpos do câncer no paciente diagnosticado com a doença, estimulando o seu sistema imunológico para reconhecer e destruir as células do linfoma.
A vacina está na fase inicial de testes e foi utilizada em apenas 16 pacientes para testar os efeitos colaterais dos anticorpos produzidos pelas plantas. O resultado da primeira fase foi publicado nesta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Fábrica
Para fazer a planta produzir a vacina, os cientistas isolam a célula cancerígena do paciente em laboratório, extraem o gene responsável pela produção do anticorpo e o injetam no chamado "vírus do mosaico do tabaco" - um parasita que ataca as células das plantas e se reproduz rapidamente.
Os cientistas então infectam a planta com o vírus e as células afetadas começam a produzir grandes quantidades do anticorpo. Depois de alguns dias, os anticorpos são extraídos das folhas do tabaco e injetados no paciente.
Segundo os pesquisadores, são necessárias apenas algumas plantas para produzir a quantidade de vacina necessária para tratar um paciente.
No entanto, cada pessoa produz um tipo diferente de anticorpo e, por isso, cada paciente precisaria de uma vacina personalizada.
De acordo com o estudo, o processo de produção da vacina em plantas é vantajoso porque não sai caro e é rápido.
"É uma tecnologia bem bacana e é muito irônico um tratamento para câncer feito com base em tabaco. Isso me chamou a atenção", disse Ronald Levy, que lidera a equipe de cientistas.
Para o professor Charles Arntzen, da Universidade do Arizona, a velocidade do processo de produção da vacina poderia levar os pacientes a esperar por sua vacina personalizada em vez de tentar outro tipo de tratamento.
Um porta-voz da Cancer Research UK, entidade beneficente britânica de fomento a pesquisas sobre câncer, afirmou que são necessárias mais pesquisas para avaliar o efeito real da vacina.
"Enquanto esses resultados são potencialmente muito empolgantes, os testes foram feitos em pequena escala, estão em estágio inicial e não avaliaram se a vacina realmente reduz o tamanho dos tumores", afirmou o porta-voz.
"Esse estudo oferece uma boa base, mas uma pesquisa maior será necessária para testar o sucesso dos anticorpos produzidos pelas plantas em combater o linfoma não-Hodgkin", concluiu.
A planta do tabaco, matéria-prima da substância responsável por milhões de casos de câncer, pode oferecer uma vacina para tratar uma das formas da doença, sugere um estudo da Universidade de Stanford, no Estado americano da Califórnia.
Os pesquisadores usaram a planta para como "fábrica" - ou incubadora - de um anticorpo químico capaz de combater linfoma folicular de célula-B, um tipo de câncer do grupo de linfomas não-Hodgkin.
As células deste tipo de câncer possuem uma característica peculiar: se reproduzem criando clones idênticos que carregam o mesmo anticorpo na sua superfície exterior. Essa "marca" é peculiar a este tipo de câncer e não é encontrada em células saudáveis.
A estratégia da vacina criada a partir da folha do tabaco é injetar os anticorpos do câncer no paciente diagnosticado com a doença, estimulando o seu sistema imunológico para reconhecer e destruir as células do linfoma.
A vacina está na fase inicial de testes e foi utilizada em apenas 16 pacientes para testar os efeitos colaterais dos anticorpos produzidos pelas plantas. O resultado da primeira fase foi publicado nesta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Fábrica
Para fazer a planta produzir a vacina, os cientistas isolam a célula cancerígena do paciente em laboratório, extraem o gene responsável pela produção do anticorpo e o injetam no chamado "vírus do mosaico do tabaco" - um parasita que ataca as células das plantas e se reproduz rapidamente.
Os cientistas então infectam a planta com o vírus e as células afetadas começam a produzir grandes quantidades do anticorpo. Depois de alguns dias, os anticorpos são extraídos das folhas do tabaco e injetados no paciente.
Segundo os pesquisadores, são necessárias apenas algumas plantas para produzir a quantidade de vacina necessária para tratar um paciente.
No entanto, cada pessoa produz um tipo diferente de anticorpo e, por isso, cada paciente precisaria de uma vacina personalizada.
De acordo com o estudo, o processo de produção da vacina em plantas é vantajoso porque não sai caro e é rápido.
"É uma tecnologia bem bacana e é muito irônico um tratamento para câncer feito com base em tabaco. Isso me chamou a atenção", disse Ronald Levy, que lidera a equipe de cientistas.
Para o professor Charles Arntzen, da Universidade do Arizona, a velocidade do processo de produção da vacina poderia levar os pacientes a esperar por sua vacina personalizada em vez de tentar outro tipo de tratamento.
Um porta-voz da Cancer Research UK, entidade beneficente britânica de fomento a pesquisas sobre câncer, afirmou que são necessárias mais pesquisas para avaliar o efeito real da vacina.
"Enquanto esses resultados são potencialmente muito empolgantes, os testes foram feitos em pequena escala, estão em estágio inicial e não avaliaram se a vacina realmente reduz o tamanho dos tumores", afirmou o porta-voz.
"Esse estudo oferece uma boa base, mas uma pesquisa maior será necessária para testar o sucesso dos anticorpos produzidos pelas plantas em combater o linfoma não-Hodgkin", concluiu.
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