Voltar a ter seios simétricos, inclusive contando com a reconstrução de aréola e mamilo, é um sonho cada vez mais possível para quem teve câncer de mama.
O câncer de mama é uma das doenças mais temidas pelas mulheres, comprometendo não somente sua integridade física, como também sua relação com o corpo e a mente. A doença costuma provocar sintomas de estresse e depressão, principalmente pelo temor da mutilação.
“A reconstrução mamária desempenha um papel fundamental no equilíbrio emocional da paciente, melhorando muito sua qualidade de vida e a forma com que deverá encarar o tratamento”, diz o cirurgião plástico Robert Jan Bloch, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Segundo Bloch, apesar da tendência mundial de se fazer a cirurgia de reconstrução mamária logo em seguida à mastectomia (retirada do tumor), no Brasil ainda é comum a paciente preferir adiar um pouco a cirurgia plástica.
“Tudo depende do estado de saúde da paciente, se ela tem condições de enfrentar duas cirurgias ao mesmo tempo ou se prefere fazer todo tratamento antes, para só depois pensar na estética.
Mulheres obesas ou magras demais também são aconselhadas a adiar o procedimento. Já as fumantes, são aconselhadas a parar de fumar pelo menos dois meses antes. Como não existe um ‘padrão’ de cirurgia de reconstrução mamária, é ainda mais importante que a escolha do cirurgião plástico recaia sobre um profissional experiente e sério.”
Robert Jan Bloch diz que a reconstrução mamária pode ser feita com tecido do próprio corpo, sendo comum utilizar a pele do abdome ou mesmo das costas. “Quando a paciente opta pela prótese de silicone, o procedimento é realizado em duas etapas. A primeira exige que se implante uma prótese inflável, chamada de ‘expansor’.
Toda semana, no consultório, introduzimos soro fisiológico nessa prótese, a fim de atingir o volume necessário. Entre quatro e seis meses depois, trocamos esse expansor por uma prótese de silicone, garantindo a simetrização das mamas.”
Qualquer que seja o procedimento utilizado na mastoplastia, convém respeitar as indicações de pós-operatório, evitando carregar pesos e levantar os braços por um mês.
A incidência do câncer de mama no Brasil, apesar de heterogênea, é uma das principais causas de morte entre mulheres. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), somente em 2006 foram registrados quase 50 mil novos casos da doença – que chega a apontar 96 casos em cada grupo de 100 mil mulheres no estado do Rio de Janeiro, 88 no Rio Grande do Sul e 75 em São Paulo , contra 9 no Maranhão.
Fonte: Dr. Robert Jan Bloch, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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