quinta-feira, 17 de julho de 2008

Osteoporose em Homens e Mulheres

A osteoporose é a principal doença ósseo metabólica da espécie humana e na atualidade um dos mais importantes problemas de saúde pública. Acomete mulheres, homens e inclusive crianças. Ela é caracterizada por uma redução do volume e da qualidade óssea com deterioração de sua microarquitetura.

A principal consequência é um aumento da fragilidade dos ossos , que sob determinadas condições, podem fraturar–se , com conseqüências imprevisíveis.

A prevalência das fraturas depende da :

raça (na branca e amarela maior do que na negra);
sexo (feminino maior que o masculino) ;
idade sendo esse um fator importante, pois atualmente aumentou a longevidade do ser humano.
Entre os fatores determinantes do risco de fraturas temos :

trauma - em razão da força de impacto devido a quedas
redução da resistência do osso ( quanto a qualidade e quantidade).
O risco estimado de mulheres e homens desenvolverem fraturas durante a sua vida dependem da região acometida.

Assim sendo em mulheres a fratura vertebral é observada em 16% , fratura proximal do fêmur em 17,5% , fratura do radio distal em 16% e qualquer uma das três em 39,7%.

Entretanto nos homens a incidência é menor, sendo que a fratura vertebral em 5%, proximal do fêmur em 6%, fratura distal do rádio em 2,5% e qualquer uma das três em 13,1%.

As fraturas são responsáveis por uma série de efeitos adversos que incluem mortalidade, dependência e custos financeiros que incluem os diretos e a incapacidade laborativa.

A fratura de quadril é a que oferece os maiores problemas pois reduz a expectativa de vida entre 5 a 20% . As mortes ocorrem logo após a fratura ou nos primeiros 6 meses, em geral associadas a outras condições médicas, sendo as complicações são devidas principalmente a trombose venosa profunda , embolia pulmonar, pneumonia e infecções do trato urinário.

As conseqüências decorrentes das fraturas do ponto de vista social, devem-se a uma incapacidade funcional crônica , com prejuízo da qualidade de vida , gerando uma dependência parcial ou total para as atividade diárias ( 6,7% dos casos) e admissão precoce a casas de repouso em 7,8%. A destacar que a fratura de quadril é responsável por 30% das incapacidades para a vida.

O custo econômico das fraturas foi estimado nos Estados Unidos em 20 bilhões de dólares em 1991, sendo que a osteoporose foi responsável por 35% desses gastos.

Nas mulheres o pico da massa óssea é atingido por volta dos 16 anos de idade , permanecendo estável até 30 e a seguir declinando a uma razão de 1% ao ano. Já nos homens , o pico é atingido aos 18 anos de idade , permanecendo estável até os 40 e a seguir declinando mais lentamente ao longo dos anos, segundo características próprias de cada indivíduo.

Vários fatores tem sido implicados no ganho da massa óssea na adolescência :
1. hereditários (60%), sendo este o principal ;
2. nutricionais ,principalmente ingestão de cálcio ;
3. endócrinos , como hormônios sexuais , vitamina D , etc ;
4. mecânicos , atividade física com ênfase a exercícios com força da gravidade e contração muscular e o peso corporal.

Recentes avanços nas técnicas de medida de massa óssea (densitometria óssea) tem possibilitado uma melhor avaliação da mesma pois expõe o paciente a uma mínima radiação e apresentam boa reprodutibilidade e acurácia.

O risco de fratura por osteoporose é inversamente proporcional a densidade óssea, sendo que, a queda de cada desvio padrão aumenta o seu risco em 1,5 a 3 vezes . Na faixa etária dos 40-80 anos, a cada década o risco de fraturas por osteoporose dobra.

Osteoporose em mulheres

Vários são os fatores que predispõem a mulher à osteoporose, dentre eles o principal é a menopausa. Ocorre entretanto que não mais que 30% das mulheres nesta fase desenvolverão a doença. Porem, sob certas condições , mulheres antes da menopausa poderão apresentar osteoporose.

Assim sendo, é importante a identificação precoce dessas mulheres por meio de uma análise criteriosa dos fatores de risco, afim de dar início a sua prevenção, pois nessa fase o paciente é assintomático.

Dentre os principais fatores de risco a serem analisados, destacamos :

1. características gerais – idade acima de 50 anos, menarca tardia, menopausa precoce ( natural ou cirúrgica), raça branca ou oriental, porte pequeno, magras, sem filhos e principalmente a hereditariedade( história familiar);

2. hábitos alimentares - baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de proteína animal, de sódio, de fibras e de café;

3. estilo de vida - uso de bebidas alcoólicas, tabagismo e vida sedentária;

4. utilização de drogas - corticoesteroides crônicamente, diuréticos de alça, anticonvulsivantes, hormônio tiroideano, vitamina A, metotrexato e antiácidos a base de hidróxido de alumínio;

A classificação da osteoporose é bastante ampla, sendo que a mais importante é a osteoporose involucional, que se divide em :

Na osteoporose pós-menopausa observamos um aumento da formação e reabsorção óssea, devido a uma redução de produção de estrógenos. Acomete mulheres entre 50 a 60 anos, com maior incidência nos primeiros anos de menopausa, aonde se verifica uma perda acelerada de 3 a 5% de massa óssea por ano. O osso trabecular é o mais afetado e as principais localizações de fraturas são: coluna dorsal e lombar, 1/3 distal do rádio e colo do fêmur.

Na osteoporose senil temos uma redução da formação e da reabsorção óssea. Ela acomete mulheres (e neste caso também homens ) acima dos 65 anos, sendo nas mulheres aquelas com menopausa há mais de 10 anos, com perda lenta de massa óssea nesse período. O osso trabecular e cortical são igualmente afetados e as fraturas ocorrem principalmente na coluna dorsal e lombar, trocanter do fêmur e em alguns ossos periféricos.

A osteoporose via regra é assintomática, entretanto pode ser sintomática apresentando :

redução da altura da pessoa;
acentuação da cifose da coluna dorsal (corcunda da viúva);
retificação da lordose da coluna lombar;
alteração do diâmetro da caixa torácica (predispondo a infecções respiratórias);
alteração da cavidade abdominal ( favorecendo a obstipação crônica).
Osteoporose em homens

A detecção e prevenção da osteoporose nos homens tem sido negligenciada, entretanto a observação progressiva de fraturas nesse sexo está adquirindo grande importância epidemiológica , sendo necessário uma busca maior , visando o seu diagnóstico.

Conforme já mencionado, o pico da massa óssea nos homens, difere do das mulheres, pois é alcançado mais tardiamente, mantendo – se estável até os 40 anos, e se acelerando na idade avançada. Estudos tem demonstrado uma perda média de massa óssea após os 40 anos, de 3 a 4% por década de osso cortical e 7 a 12% de osso trabecular. A maior resistência muscular e a atividade física estão associadas a maior massa óssea.

Existem dois tipos de osteoporose:

· Osteoporose idiopática, onde não são identificadas condições médicas ou fatores de risco associados a perda de massa óssea. Acomete homens com idades variando de 20 a 80 anos com maior incidência na sétima década da vida.

Os principais fatores relacionados a perda de massa óssea com a idade nesta modalidade, são as seguintes: baixa ingestão de cálcio e reduzida absorção intestinal, deficiência de vitamina D, redução dos níveis séricos de testosterona, aumento dos níveis de PTH, diminuição da função renal e principalmente a falta de atividade física.

· Osteoporose secundária , responsável por cerca de 30 a 60% das fraturas da coluna vertebral. Dentre as principais causas, temos: alcoolismo crônico ( 2,8 vezes maior risco de fratura ) , drogas ( anticonvulsivantes , heparina , cortisona , hormônios tiroideanos ) , tabagismo crônico, hiperparatireoidismo , hipertireoidismo , cirrose hepática, doenças inflamatórias intestinais, artrites reumatóide , espondilite anquilosante, hipogonadismo, diabetes mellitus , transplantes e imobilização prolongada.

Prevenção e Tratamento

A osteoporose deve ser prevenida e tratada adequadamente. Existem hoje métodos seguros e de baixo custo para a avaliação de massa óssea sob a forma de imagem (densitometria óssea) bem como marcadores laboratoriais com o objetivo de medir a formação e a reabsorção óssea. Esses métodos também permitem a avaliação da eficácia do tratamento.

Em relação a abordagem terapêutica, ela deve ser sempre preventiva, a partir da infância, com ênfase na orientação dietética, suplementação de cálcio, exercícios físicos, hábitos saudáveis de vida e medicamentos quando necessários segundo as melhores evidências do conhecimento científico, associado a experiência pessoal do médico.

O tratamento da osteoporose , dependerá de caso a caso, segundo a avaliação do médico especialista , seguindo os mesmos princípios da prevenção , com as adaptações necessárias , e ocorrendo fraturas , as mesmas deverão ser tratadas por um especialista.

O médico tem que levar em consideração a opinião do paciente, sendo que ele deve participar de todo o processo de decisão, após ser adequadamente informado e conscientizado de todos os atos médicos, quanto aos fatores de risco, diagnóstico, planejamento terapêutico, possíveis efeitos colaterais(que deverão ser comunicados) e resultados.

Conclusão

A osteoporose , principal doença ósseo metabólica da espécie humana, acomete mulheres, homens e inclusive crianças e é caracterizada por uma redução do volume e da qualidade óssea com deterioração de sua microarquitetura. Como consequência ocorre um aumento da fragilidade dos ossos , podendo gerar fraturas , que de acordo com sua localização pode levar a conseqüências imprevisíveis.

A osteoporose, adequadamente identificada pelo médico, pode ser prevenida . Entretanto quando sintomática pode ser extremamente dolorosa, desfigurante, incapacitante, podendo levar o indivíduo à morte.


Atenção: As informações contidas neste website têm caráter informativo e educacional não devem ser utilizadas para realizar auto-diagnóstico, auto-tratamento ou auto-medicação. Em caso de dúvida, o médico deverá ser consultado.

Fonte: clinica Goldenberg

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