Acontece quando você menos espera, em casa, no trabalho ou até mesmo no cabeleireiro, alguém comenta que você está com caspa. Tudo porque aquela sua camisa ou blusinha mais escura fica repleta de pequenos resíduos de pele que se desprendem do couro cabeludo quando você arruma o cabelo ou ao longo do dia.
Esteticamente desconfortável, a caspa parece problema de quem não se cuida, não tem boa higiene, não lava os cabelos. Apesar disso, a realidade não é bem esta, pois o mercado de xampus está repleto de produtos espalhados pelas prateleiras de farmácias e supermercados, prontos para serem escolhidos por seu cheiro, cor ou apelo de marketing.
E com certeza, a grande maioria das pessoas que percebe em si algum sinal de caspa já tentou algum destes produtos. A grande questão é que tais produtos fazem efeito enquanto usados, mas assim que seu uso é interrompido, lá estará ela, novamente, causando o mesmo desconforto de antes.
Mais de 70% das pessoas que frequentam clínicas de dermatologia, voltadas a problemas capilares apresentam ou já apresentaram caspa em algum momento de suas vidas, um número realmente impressionante. A grande questão é que a caspa não é apenas um problema estético, muitas vezes, mesmo não tendo repercussão clínica para quem sofre, em certos casos pode ser decorrente de problemas mais sérios.
Um dado importante é que a incidência e a gravidade da caspa aumenta no inverno em virtude dos banhos com água mais quente que estimulam a formação das escamas e a inflamação. Logo, é importante lembrar que nesta época do ano a utilização de água mais morna ou fresca para lavar o couro cabeludo deverá ser uma opção para quem sofre do problema.
No geral, a descamação da pele, conhecida como caspa, costuma estar presente em pessoas que sofrem processos inflamatórios do couro cabeludo, causados por produtos como xampus e condicionadores, deficiências de certas vitaminas e óleos essenciais.
Outras causas costumam estar relacionadas ao excesso de oleosidade que favorece o crescimento de determinados tipos de microorganismos que causam irritação e, consequentemente, a caspa. Não raro, estas situações podem levar à inflamação, lesões que drenam pequena quantidade de pus e microferidas na área acometida.
Quadros de psoríase, uma severa doença inflamatória da pele, também podem causar descamação excessiva de couro cabeludo e levar a manifestações que lembram a caspa. Outro motivo para o aparecimento da caspa são as micoses que causam perda capilar e descamação aumentada.
Conclui-se, então, que a caspa é resultado de situações que alteram a saúde da pele do couro cabeludo, promovendo descamação excessiva, desconforto estético para o paciente e eventual desconforto físico manifestado na forma de inflamação, coceira e feridas.
A caspa, em certos casos, poderá implicar em cuidados mais amplos frente ao diagnóstico e escolha de tratamento adequado. Quando os xampus anticaspa comuns não trazem benefícios consistentes é importante procurar um dermatologista que faça uma avaliação mais minuciosa das causas de caspa.
Entre as opções é importante saber que existem xampus mais fortes, com características medicamentosas, assim como opções na forma de loções ou cápsulas para os diferentes quadros de micoses, oleosidade excessiva, deficiências nutricionais e doenças inflamatórias como a psoríase de couro cabeludo. Muitas vezes, estas serão as únicas opções para quem sofre deste problema.
Dr. Ademir Júnior é Dermatologista - Medicina Capilar (Tricologia) Autor dos livros: "Socorro estou ficando careca", sobre calvície androgenética e "É outono para meus cabelos", sobre os diversos tipos de queda capilar feminina.
Fonte: www.idmed.com
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