segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cientistas desenvolvem teste mais preciso para o diabetes


Ao descobrir um grande aumento de uma enzima detectável facilmente nas células vermelhas do sangue de pessoas com diabetes e pré-diabetes, cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, dizem que essa pesquisa poderá levar ao desenvolvimento de um teste simples de rotina para detectar o aparecimento da doença ainda em fase muito inicial, antes que os sintomas ou as complicações possam ocorrer, e a tempo de impedir a progressão do problema.

Estudo publicado em abril deste ano na edição online da revista "Diabetes" revela que a enzima O-GlcNAc é duas a três vezes maior em pessoas com diabetes e pré-diabetes do que no grupo saudável.

"É uma grande diferença, especialmente numa enzima que é tão bem regulada como esta",diz Gerald Hart, professor num laboratório na Escola de Medicina da Johns Hopkins.

Para descobrir isso, Kyoungsook Park, um estudante de bioquímica do laboratório de Hart, focou seu trabalho nos níveis de O-GlcNAcase, uma enzima que retira O-GlcNAc dos glóbulos vermelhos. O-GlcNAc modifica muitas das proteínas das células para controlar suas funções, em resposta aos nutrientes e ao estresse. Quando o grau de O-GlcNAc ligado às proteínas se torna muito alto, como ocorre no diabetes, há prejuízo às células.

Em primeiro lugar, Park purificou os glóbulos vermelhos humanos, retirando um de seus principais constituintes, a hemoglobina. As amostras foram coletadas por duas fontes, o Instituto Nacional de Diabetes, Doenças Digestivas e Renais (NIDDK) e o Johns Hopkins Diabetes Center, em colaboração com Christopher D. Saudek, e caracterizadas como normal (36 amostras), pré-diabetes (13 amostras) e diabetes Tipo 2 (53 amostras), de acordo com testes tradicionais. Então foi analisada a quantidade da enzima dentro das células vermelhas associada à molécula de açúcar, O-GlcNAc.

"Quando eu chequei os níveis da enzima e vi como eles eram radicalmente diferentes entre as células pré-diabéticas e o grupo de controle, pensei que havia feito algo errado", contou Park. "Eu repeti o teste cinco vezes até que eu pudesse acreditar nisso".

Segundo Hart, este é um exemplo de como a pesquisa básica afeta diretamente uma doença grave. E acrescenta que serão necessários novos estudos para saber se medir a O-GlcNAcase ajuda a diagnosticar com precisão o pré-diabetes.

Fonte: Agência O Globo

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