21/07/2010 20h31
Corte no paciente é de apenas 6 mm e câmera guia o médico.
Paciente toma anestesia local e pode voltar para casa em um dia.
A dor perturba há pelo menos cinco anos, mas nos últimos quatro meses ela se tornou insuportável e o aposentado Afonso Soares Gomes, de 71 anos, tomou um susto. “Deu um derrame em mim e não ando mais, mas o médico disse: 'Não é derrame; é um problema com a hérnia da coluna'.”
O médico indicou uma cirurgia minimamente invasiva, que assusta bem menos. A diferença da nova técnica começa pelo tamanho do corte, feito com apenas 6 mm. Já no método tradicional, seriam de 2 cm a 5 cm. O acesso à coluna do paciente é feito por um pequeno tubo por onde
passa a câmera que vai guiar o médico e os instrumentos cirúrgicos.
Videogame
Uma pinça é usada para retirar o tecido que está pressionando o nervo e causando dor. Na sala de cirurgia, o paciente é o centro das atenções, mas os olhos do médico não estão voltados para ele. “Você acaba olhando para a tela e vendo seus movimentos lá como se tivesse jogando um videogame; coisas da nova geração mesmo”, disse o neurocirurgião Marcelo Perocco.
Além de ser menos agressiva, essa cirurgia possibilita que o paciente volte para a casa no dia seguinte, andando e sem dor. Pelo método convencional, o doente ficaria de três a quatro dias internado.
Reunidos em um simpósio em São Paulo, médicos acompanharam ao vivo a cirurgia para aprender e aprimorar a técnica. Por enquanto ela só é feita em alguns centros de pesquisa e hospitais particulares. “Agora, nossa briga é para levar isso para rede pública o quanto antes para beneficiar o maior número possível de pacientes, de cidadãos”, afirmou o ortopedista Wilson Dratcu.
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